Após diagnosticar problemas na preparação física na temporada passada, a direção do Grêmio foi ao interior paulista buscar no Bragantino o seu novo comandante para a área. Desde março na Arena, Reverson Pimentel tem a missão de deixar o elenco de Tiago Nunes na ponta dos cascos para os desafios mais importantes de 2021.
No último mês, o preparador ganhou a tarefa de conduzir Douglas Costa na sua readaptação ao calendário brasileiro e também a de livrar o jogador das lesões que o atrapalharam nos últimos tempos de Europa. Em conversa com GZH, Reverson Pimental deu detalhes do planejamento feito com o novo camisa 10 do Tricolor, passou um panorama sobre a situação física do elenco e as dificuldades enfrentadas por atletas de alto nível em meio à pandemia de covid-19.
Preparação de Douglas Costa
Depois de ter atuado 33 minutos diante do Sport, o camisa 10 ainda iniciará na reserva contra o Santos nesta quinta-feira. O processo de retorno do jogador seguirá de forma gradativa.
— O nosso primeiro passo é resgatar aquele Douglas Costas sem lesões. Posso dizer que tudo que foi planejado tem sido seguido à risca. Preparamos ele para jogar os primeiros 30 minutos, depois mais e assim vai. Ele foi avaliado depois jogo de quinta e respondeu bem podendo treinar normalmente no dia seguinte e no sábado. Não teve dor nem cansaço a mais. Desde que começou a treinar, o Douglas nunca ficou fora de uma carga de treino ou precisou parar algo por dor. Um jogador como ele tem a responsabilidade maior e sofre uma marcação mais forte. Temos trabalhado para ele chegar ao 100% de forma gradativa porque estamos criando um alicerce forte.
A situação de Maicon
A condição física de Maicon causa preocupação nas últimas temporadas Com 35 anos, é inevitável que o volante fique fora de algumas partidas para poder render o seu máximo quando estiver em campo. Reverson Pimentel, no entanto, garante que o volante poderá ter uma sequência maior nesta temporada em relação à última.
—O externo pode querer a resposta em 10, 15 ou 30 dias, mas o trabalho é contínuo. O fato de o Maicon ter tido uma lesão recente não significa que ele não estará pronto para a temporada inteira. Vamos sempre cuidar da parte muscular e fazer os trabalhos preventivos, mas eu não tenho dúvidas de que poderemos dar uma sequência muito maior para o Maicon. Já evoluímos e vamos seguir.
Lesões de Jean Pyerre
Outro jogador do elenco que tem sofrido com uma série lesões é Jean Pyerre. A avaliação da preparação física é de que o meia tem apresentado bons resultados nos testes físicos e a expectativa é de que isso possa refletir em desempenho rapidamente.
— A gente tem feito trabalhos preventivos, mas sempre digo que trabalhamos com o ser humano. A gente tenta minimizar, mas o risco sempre acontece. O Jean Pyerre já evoluiu pequenas parcelas desde o início do ano. Ainda não aparecem no jogo visualmente, mas os relatórios já mostram a mudança de comportamento físico dele. Logo vai aparecer no externo. Ele teve o último problema quando vinha jogando sem sentir. Ali foi um edema, não teve o rompimento de fibra.
Estágio físico do elenco e efeitos da covid
A missão de Reverson de fazer grupo evoluir fisicamente em relação à última temporada tem sofrido prejuízo por conta de surtos de covid no elenco. De acordo com o preparador, as paradas por conta do coronavírus geram prejuízos maiores que as lesões.
— Todo o planejamento é para que a gente chegue bem fisicamente na hora que a equipe mais vai precisar, que é nas retas finais de campeonato, nos mata-matas. O maior adversário não apenas do Grêmio, mas no futebol atualmente se chama covid. A covid tem uma resposta para cada atleta, para cada pessoa. O fato de um ter sintoma e outro não já é uma resposta diferente. Quando um jogador sofre uma lesão, no dia seguinte já começa a fazer o tratamento. Ele não deixa de treinar. A covid te deixa 10 dias trancado e isolado. Não demora só um jogo ou dois, demora um tempo maior. Felizmente, não tivemos lesões com esses atletas que voltaram, algo que sempre preocupa.
Retorno de Alisson
O atacante voltou a treinar com o elenco após a ruptura ligamentar no tornozelo direito sofrida contra o La Equidad, em 22 de abril. O jogador ainda levará, no mínimo, mais uma semana para poder voltar a ser relacionado por Tiago Nunes.
— O Alisson está no processo de transição depois de ter ficado mais de 50 dias parado. É um atleta que está de 30% a 50% nos trabalhos com o grupo. Logo vai treinar normalmente, mas deve levar uns sete dias para ser relacionado. Alisson teve um trauma, o que também gera um receio e você precisa passar a confiança também para o atleta estar seguro caso leve outra pancada naquele local.
Ritmo para os jovens
Na semana passada, os jovens Fernando Henrique e Guilherme Guedes jogaram com a equipe de transição após terem sobrado da viagem para a partida contra o Sport. Reverson Pimentel explicou que a decisão da comissão técnica visa manter os jovens com ritmo de jogo para quando forem chamados pelo técnico Tiago Nunes.
— Carga de treino, coletivo, tudo isso é para tentar substituir, mas nada substitui o jogo. O jogo é o momento mais alto de intensidade que o atleta chega na semana. Esses jogadores precisam jogar. Quanto mais ritmo tiverem, mais poderão os ajudar aqui (no principal).