Desde que optou por não renovar seu contrato com o PSG, Edinson Cavani vive uma situação inédita na carreira: está livre para decidir onde irá jogar a próxima temporada. A condição fez com que virasse alvo de inúmeros clubes pelo mundo, e até mesmo o Grêmio fosse apontado como um possível destino do uruguaio.
Porém, desde que o jornalista argentino Sebastian Srur deu como certa a contratação do atacante de 33 anos por parte do Tricolor, a diretoria se apressou para desmentir a informação. Nesta quarta-feira (9), pela primeira vez, o presidente Romildo Bolzan Júnior admitiu que o clube fez uma sondagem ao atleta para saber as viabilidade financeira do negócio. Assustou-se com os valores.
Por outro lado, a diretoria não fecha portas, alegando que se o jogador aceitar reduzir seu preço, seduzido pela proximidade de casa e da possibilidade de jogar a Libertadores pela primeira vez, poderia vir a jogar na Arena. Para ter dimensão de quão grande é o sonho de consumo dos torcedores, GZH recorda agora a trajetória profissional deste atacante que, por onde passou, deixou fãs nas arquibancadas.
Começo no Danubio
Neto de um imigrante italiano, Edinson Cavani nasceu em Salto, no Uruguai, na divisa com a Argentina. Filho e irmão de jogadores de futebol, apostou suas fichas na mesma carreira e, aos 15 anos, se mudou para a capital Montevidéu, para atuar nas categorias de base do pequeno Danubio.
Em 2005, aos 18 anos de idade, subiu para os profissionais e fez parte da equipe que conquistaria o Torneio Apertura no ano seguinte. Nesta mesma época, também já figurava na seleção uruguaia sub-20, com atuações que chamaram a atenção do Palermo, da Itália. Assim, em janeiro de 2007, acabou vendido por cerca de 5 milhões de euros.
Palermo
O início na Itália não foi satisfatório, mas a partir da temporada 2009/2010 o uruguaio passou a formar uma dupla de ataque muito eficiente com Fabrizio Miccoli, levando o time a uma inédita liderança do campeonato nacional. No final, acabaria em 5º lugar, o que estava ótimo para a estatura do clube siciliano.
Napoli
Embora vivesse um bom momento no futebol italiano, Cavani era reserva da seleção uruguaia, que tinha Forlán e Suárez como dupla de ataque. A história mudou a partir da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, a partir da segunda rodada da fase de grupos, quando o técnico Óscar Tabárez fixou os três juntos no ataque e chegou à semifinal do torneio. A campanha fez com que o Napoli investisse 17 milhões de euros na sua compra em julho daquele ano.
No sul da Itália, Cavani provou que a camisa celeste lhe caía bem. Formando dupla de ataque com o argentino Lavezzi, ajudou o time napolitano a conquistar a Copa da Itália de 2011/2012, vencendo a poderosa Juventus na decisão. Ele marcou o primeiro gol da vitória por 2 a 0. Na temporada seguinte, foi o goleador do Campeonato Italiano, fazendo do Napoli vice-campeão nacional, atrás daquela mesma Juventus.
PSG
Em 2013, Cavani era considerado um dos melhores atacantes do mundo, despertando o interesse de clubes como Real Madrid, Chelsea e Manchester City. Porém, foi o milionário PSG quem cobriu a multa rescisória, desembolsando 64 milhões de euros para tirá-lo do futebol italiano. Ao longo de sete temporadas, o uruguaio foi hexacampeão da Liga Francesa, pentacampeão da Copa da França, hexacampeão da Copa da Liga da França e tetracampeão da Supercopa da França. Além disso, em 2018, superou Ibrahimovic, se tornando o maior artilheiro da história do clube parisiense.
Em 2017, porém, a relação de Cavani começou a azedar no Parque dos Príncipes. O atacante bateu de frente com o brasileiro Neymar, contratação mais cara da QSI (Qatar Sports Investment). Com ajuda dos companheiros, ambos reataram laços, mas no início deste ano, o jogador pediu para ser negociado com o Atlético de Madrid. Na ocasião, o PSG exigiu 20 milhões de euros para liberá-lo, fazendo com que os espanhóis recuassem. Desta forma, ele se recusou a renovar o contrato, que encerrou no dia 30 de junho. Assim, aos 33 anos de idade, está livre no mercado de transferências para decidir o passo que dará em sua exitosa carreira.