As boas atuações do colombiano Orejuela e do garoto Guilherme Guedes podem ter causado uma dor de cabeça boa para o técnico Renato Portaluppi. Reservas no começo da temporada, os dois laterais renderam acima do esperado e ganharam moral com o treinador nas ausências de Victor Ferraz e Cortez, na lateral direita e na esquerda, respectivamente. Renato, após a vitória contra o Inter por 2 a 0, admitiu que o colombiano vem tendo bons desempenhos, apesar da expulsão na última partida.
— Fico satisfeito porque temos dois bons jogadores nessa posição, o Victor vinha jogando bem e o Orejuela teve a oportunidade e foi bem também. Tem espaço para todo mundo, ninguém vai aguentar jogar todas as partidas. Os dois estão bem, isso que é bom. Essa dor de cabeça é boa para o treinador. Importante os jogadores estarem bem — afirmou o técnico.
O jogo também marcou o retorno de Cortez aos gramados. Antes da parada em virtude da pandemia de coronavírus, ele era reserva de Caio Henrique. Durante o período, o titular voltou para o Atlético de Madrid, da Espanha, mas quando o futebol voltou o camisa 12 gremista foi diagnosticado com a doença, o que o impossibilitou de retornar aos gramados. Assim Guilherme Guedes assumiu a titularidade na posição. Por sorte de Cortez e azar de Guedes, o garoto sentiu um desconforto muscular, o que obrigou Renato a utilizar o veterano no Gre-Nal 426.
Mas como o treinador falou, a concorrência é boa. Para Anderson Lima, ex-lateral do Grêmio e campeão da Copa do Brasil de 2001, a disputa é sadia e necessária nas equipes, ainda mais quando os jogadores têm características diferentes.
— Tem de ter uma sombra, o Renato é muito feliz por isso. No mínimo, precisa de duas opções para cada posição e na lateral não é diferente. O Cortez é experiente, vem jogando há bastante tempo com ele. O Orejuela mostrou qualidade no Cruzeiro e o Victor Ferraz é experiente, essa mescla da experiência com a juventude é importante. O Grêmio sai na frente nesse sentido — admite, mas complementa que vê o colombiano à frente do brasileiro:
— Os jogos que eu vi do Orejuela, ele tem mais força do que o Victor, hoje o futebol precisa de muita força e muita velocidade. Nesse sentido, ele saiu um pouco na frente. Pra mim, o jogador precisa bater e voltar na frente. O Victor não tem tanta força, tem uma experiência muito boa. No futebol atual, o Orejuela ele se encaixa muito bem.
Já Paulo Roberto, campeão da Libertadores e do Mundo com o Tricolor em 1983, salienta que o novo modelo de jogo com muitos cruzamentos para Diego Souza favorece Orejuela:
— Eu gosto muito do Orejuela, vi vários jogos dele no Cruzeiro, gosto das características dele, cria muito bem. Os dois zagueiros fazem bem a cobertura. O Victor é mais técnico, joga mais por dentro. O Grêmio usa mais os cruzamentos, isso está beneficiando o colombiano.
Na lateral esquerda, tanto Anderson quanto Paulo Roberto acreditam que Cortez esteja na frente pela sua experiência e pela confiança que Renato Portaluppi tem no jogador.
— A lateral esquerda acho que o Cortez ainda é titular, tanto que voltou e já foi titular. É um jogador bem regular, mantém a média de atuação boa e não compromete. Você pode falar, mas basta para o Grêmio? Perto do que já teve, basta. Entre os dois, eu prefiro o Cortez. Dá boa sustentação atrás, chega razoável na frente, para o momento acho que encaixa na equipe — disse o campeão da Libertadores com o Tricolor.
Com os quatro à disposição, o treinador terá de escolher dois para enfrentar o Fluminense, domingo (9), às 19h, na Arena, pela primeira rodada do Brasileirão de 2020.