
Neste sábado (19), Grêmio e Inter se enfrentam pelo Gre-Nal 447. O quarto clássico do ano será válido pelo Brasileirão, na Arena, às 21h.
Para os gaúchos, o cenário de rivalidade já é habitual. Ao Grêmio, a necessidade de vitória é maior para quebrar um sequência negativa. Ao Inter, a oportunidade de manter a boa fase.
O fato é que o Gre-Nal é uma das maiores rivalidade do futebol brasileiro. Mas qual o eco deste confronto para além das fronteiras do Rio Grande do Sul?
Para entender a percepção do clássico em outras regiões do país, Zero Hora ouviu jornalistas de diferentes estados, revelando um panorama de respeito, curiosidade e, em alguns casos, uma forte ligação histórica.
Radar paraense
Na região Norte, o Gre-Nal figura em um patamar de importância logo abaixo dos clássicos envolvendo o Flamengo. Segundo Felipe Silva, da Rádio Povo FM de Belém, no Pará, a força da torcida do clube carioca no estado é inegável, porém Grêmio e Inter têm relevância.
— A dupla Gre-Nal tem uma torcida menor que as de clubes de Rio de Janeiro e São Paulo, porém não é nada de outro mundo ver pessoas nas ruas com as camisas do Colorado e do Tricolor. Em bate-papo com amigos, são frequentemente lembrados jogos como a Batalha dos Aflitos e a conquista do Inter em 2006 contra o Barcelona — aponta Felipe Silva.
"Clássico pegado"
Já na Bahia, região Nordeste, o Gre-Nal é visto sob uma ótica diferente. Lucas Cezar, da Central do Futebol Baiano, destaca a intensidade do confronto.
— Para nós, o Gre-Nal chama a atenção por ser um clássico muito pegado. A questão de ser muito indigesto perder para o rival — comenta.
O jornalista também relembra um aspecto singular do clássico gaúcho: a presença de torcida mista em outros tempos, um contraste com a realidade baiana, onde os clássicos geralmente são disputados com torcida única.
— O Gre-Nal ainda consegue trazer algo raiz das duas torcidas no estádio. Eu colocaria como segundo lugar na categoria de clássicos. Primeiro o Ba-Vi, depois o Gre-Nal — afirma Lucas Cezar.
Quase local
Em Goiás, a percepção do Gre-Nal é influenciada pela distância e pela menor concentração de imigrantes gaúchos, com exceção de algumas áreas específicas.
Gerliezer Paulo, do Futebol 62, explica que o clássico não atinge a mesma popularidade dos grandes confrontos do eixo Rio-São Paulo em termos de interesse geral.
— Ele não é tão popular quanto os clássicos cariocas e paulistas. Eu falo assim em termos de repercussão, de interesse por parte dos goianos. O que eu vejo é o Gre-Nal é muito citado por aqui como exemplo de rivalidade — comentou o jornalista.
No entanto, Paulo destaca uma conexão particular em regiões com forte presença de sulistas.
— A imigração gaúcha mais forte nas regiões de agronegócio, como no sudeste do estado. Eu me lembro da época que eu trabalhei numa cidade na divisa de Goiás com Mato Grosso, lá o Gre-Nal era quase um clássico local. Uma cidade chamada Chapadão do Céu, porque tinha muito gaúcho — disse Gerliezer Paulo.