O Grêmio sofreu dois grandes baques no primeiro semestre de 2011. Depois de ser eliminado nas oitavas de final da Libertadores, pela Universidad Católica, a equipe perdeu a final do Gauchão, dentro de casa, para o Inter. A opção foi investir alto na contratação do atacante Ezequiel Miralles, destaque do Colo-Colo. Por US$ 2 milhões, a direção tricolor venceu a disputa com o Santos. O jogador foi recepcionado no aeroporto em Porto Alegre como uma verdadeira estrela. Mal sabiam os torcedores que a saída do argentino, um ano depois, traria mais frutos do que a sua chegada.
Apesar de o jogador ter nascido na Argentina, a carreira de Miralles explodiu mesmo no Chile. Foi campeão nacional por dois anos seguidos, por Everton e Colo-Colo, em 2008 e 2009. No Estádio Olímpico, teria a missão de suprir a saída de Borges, afastado do elenco após a final estadual.
— Os jogadores argentinos passam bem por aqui, os torcedores do Grêmio gostam de argentinos. Espero que gostem de mim também — disse o atacante em sua apresentação.
E não foi por falta de apoio que Miralles deixou de render no Tricolor. É verdade também que o jogador pegou um período turbulento, com a troca constante de treinadores. Enquanto esteve em Porto Alegre, Miralles foi treinado por cinco profissionais diferentes: Renato Portaluppi, Julinho Camargo, Celso Roth, Caio Júnior e Vanderlei Luxemburgo. Ainda assim, nunca se firmou como titular e marcou apenas seis gols (dois em 2011, quatro em 2012).
Pouco mais de um ano depois de desembarcar no Rio Grande do Sul, Miralles ficava até mesmo fora do banco de reservas. A opção então foi envolvê-lo em uma troca para contratar o meia Elano, então no Santos.
A negociação se mostrou um acerto, já que, em apenas cinco meses, Elano anotou oito gols e virou uma das referências da equipe gremista que alcançaria uma vaga a Libertadores do ano seguinte. O argentino, por sua vez, seguiria sendo coadjuvante no Santos, que tinha Neymar e companhia. O atacante ainda peregrinou por Atlante, do México, Everton, no Chile, e Olimpo e Huracán, na Argentina, até encerrar a carreira em 2016.