Um ano depois de ser contratado pelo Austin Bold, dos Estados Unidos, o ex-atacante do Grêmio, Kleber Gladiador, encara o isolamento social em um dos países mais afetados pelo coronavírus. Na casa da irmã, em Orlando, ele aguarda o retorno da normalidade.
— Vínhamos para passar 10 ou 12 dias. Não estávamos preparados para ficar mais do que isso. Nosso carro está lá (em Austin). Precisamos voltar porque nossas coisas estão lá — contou ele, em entrevista à Rádio Gaúcha neste sábado (18).
— Não temos noção nenhuma do que vai acontecer com os esportes. Eles só estão prorrogando. Mas aqui eles já estão falando em reabrir o comércio. Realmente estamos tendo muita dificuldade com isso — disse o atacante de 36 anos.
Há quase uma década, Kleber desembarcava em Porto Alegre para ser o principal reforço do Grêmio em 2011, sendo até mesmo apresentado em meio às obras da Arena. O Gladiador, porém, não vingou como se imaginava. E ele próprio admite essa insatisfação.
— Infelizmente, foi uma passagem que me deixa triste, porque foge de mim. Não fui eu. Não joguei mal. Cheguei ao Grêmio e só me machuquei. Meu estilo casaria muito com o do clube. As lesões me atrapalharam muito. Isso me deixa muito triste porque não rendi o que gostaria de ter rendido — avalia o atacante que, em 2014, teve seu contrato rescindido, depois de ter sido afastado do elenco pelo técnico Luiz Felipe Scolari.
Além de Felipão, no Tricolor, Kleber também foi comandando por Renato Portaluppi. Os dois trabalharam juntos no segundo semestre de 2013, quando a equipe terminou em segundo lugar o Campeonato Brasileiro.
— A forma como o Renato leva o grupo, que para mim é o principal de um treinador, é perfeita. Ele sabe lidar com o jogador, sabe dar tranquilidade ao atleta. No Grêmio, fica mais fácil ainda por ele ser muito ídolo. Às vezes, quando o torcedor quer que tire um jogador, ele banca. Isso é muito bom porque o jogador vê que o treinador confia nele e, mesmo que não esteja jogando bem, faz de tudo para melhorar. Ele tem feito um excelente trabalho no Grêmio, ganhou vários títulos. Fico de longe torcendo pelo Grêmio, pela passagem que tive e pelos amigos que fiz. Tenho um carinho muito grande pelo clube — confidencia o atleta.
Outro velho conhecido de Kleber e que também ocupa o vestiário gremista nos tempos atuais é o centroavante Diego Souza. No entanto, os dois trabalharam juntos no Palmeiras, quando Diego ainda era meio-campista.
— Diego Souza é um jogador de muita qualidade técnica. Ele sempre foi um jogador mais pesado, de porte físico. Quando era mais novo, tinha muita explosão e isso ajudava ele. Hoje não tem mais a explosão que tinha, mas tem muita qualidade técnica e tem um porte físico muito avantajado. Acho que ele vai se dar muito bem nessa posição. Sabe tabelar e tem inteligência, pois jogou muito tempo de meia. O Grêmio tem um bom time e a bola chega fácil. Acho que ele vai se sair muito bem nessa posição e vai ajudar muito o Grêmio nessa temporada. Espero que ele consiga fazer uma boa temporada, pois é um jogador que merece muito. Tem uma humildade absurda. É um cara muito gente fina e que tive um prazer gigante de conviver, conhecer e jogar junto — atesta o Gladiador.