Às vésperas de mais um Campeonato Estadual, GaúchaZH preparou uma série de matérias intitulada Raízes do Gauchão. O objetivo é relembrar o surgimento de craques que, antes de virarem ídolos e estrelas mundiais, desfilaram seu talento pelos gramados do Rio Grande do Sul.
Em 1979, o Esportivo de Bento Gonçalves viveu uma temporada memorável. No dia 12 de agosto, o time desceu a Serra para enfrentar o Grêmio, no Estádio Olímpico, pela quarta rodada da fase final do Campeonato Gaúcho. Foi vencido por 3 a 0, mas promoveu a estreia um dos maiores atacantes da história do futebol gaúcho: Renato Portaluppi, então com 16 anos de idade.
— Ele jogou só meio tempo. Foi razoavelmente bem, até porque era bem jovem. Mas tinha uma saúde forte — descreve Raquete, ex-zagueiro do time bento-gonçalvense.
Apesar da derrota em Porto Alegre, o Esportivo fez uma campanha surpreendente no campeonato. Treinada por Valdir Espinosa, a equipe foi vice-campeã estadual, ficando somente atrás do próprio Tricolor. Porém, terminou à frente do Inter, de Valdomiro e Falcão, que conquistaria o Brasileirão de forma invicta ao final daquele ano.
— Ele jogou poucas partidas aqui, porque subiu só no fim do Gauchão. Por causa de expulsões e lesões, o Espinosa puxou alguns meninos da base para formar o banco de reservas. Como o Renato tinha um potencial grande e um físico avantajado, o colocamos lá na frente. Aconteceu tudo na hora certa. Depois, o Espinosa o levou para o Grêmio, e eu ainda tive que marcá-lo aqui. Me deu um grande serviço — brinca Raquete.
A partir dali, foi tudo história. Pelo Tricolor, o camisa 7 conquistou a Libertadores e o Mundial de Clubes de 1983 — marcando os dois gols da partida. No Flamengo, vieram ainda o Brasileirão de 1987 e a Copa do Brasil de 1990 — uma carreira altamente vitoriosa que começou de maneira despretensiosa, em uma rodada de Gauchão.
— Ele era muito forte, driblava bem e tinha uma sorte muito grande. A bola batia nele e entrava. Mas ele era muito habilidoso mesmo — conclui o ex-zagueiro.