Quando projeta 2020, a direção do Grêmio enumera de cinco a seis contratações. Entre os setores que pretende reforçar está o meio-campo. Além de um acréscimo técnico, o Tricolor também precisa preencher uma necessidade numérica entre os volantes. Sem Maicon, que passará por uma artroscopia no joelho esquerdo, e Matheus Henrique, que servirá à seleção brasileira na disputa do Pré-Olímpico na Colômbia, de janeiro a fevereiro, o técnico Renato Portaluppi abrirá a temporada apenas com Michel, Darlan e Thaciano.
Embora as redes sociais tenham insuflado a possibilidade de um retorno de Lucas Leiva, que manifestou desejo de voltar a vestir a camisa tricolor futuramente, a direção nega qualquer contato neste sentido. Vinculado à Lazio até junho de 2022, o atleta de 32 anos não deve deixar a Itália neste fim de ano. Ou seja, o alvo gremista está voltado para outro lado. Neste momento, a opção mais viável é o xará Lucas Silva.
— É um jogador de talento raro, um chute poderosíssimo, que ele usou pouco na segunda passagem. Tem comportamento incontestável fora de campo. Talvez no Grêmio ele encontre a casa que precisa para se recuperar e ter uma sequência de jogos e reencontrar seu melhor desempenho, o que já não acontece há alguns anos — avalia o repórter Thiago Reis, da Rádio Itatiaia, de Minas Gerais.
Revelado no Cruzeiro, o volante de 26 anos está livre no mercado desde que rescindiu seu contrato com o Real Madrid, em setembro. Portanto, não seria preciso negociar com outro clube para contratá-lo.
— Ele é visto até hoje, aqui, como uma das contratações mais fracassadas dos últimos tempos do Real. Basicamente, ele chegou e não jogou — comenta a jornalista Tatiana Mantovani, correspondente do canal Esporte Interativo na Espanha.
Lucas Silva já esteve nos planos tricolores em meio a esta temporada, mas a transação não pôde ser concluída a tempo do fechamento da janela internacional de transferências. O único senão para apostar neste atleta é a falta de ritmo de jogo. Repassado por empréstimo ao próprio Cruzeiro, ele disputou apenas 18 partidas neste ano, sendo que sua última aparição em campo foi no dia 5 de junho, contra o Fluminense, pela Copa do Brasil.
— As duas passagens dele no Cruzeiro foram bem distintas. A primeira foi extraordinária, com ele vindo da base em um time campeão. Foi vendido ao Real Madrid, de lá ele sai rodando, e quando volta ao Cruzeiro, já parecia não ter essa mesma força. Por isso, alternou momentos de titularidade e reserva. Já era um ídolo da torcida, e talvez isso tenha gerado uma certa acomodação — complementa Reis.
Além de avaliar este, que seria um negócio de ocasião, o Tricolor também observa outros atletas no mercado. Bruno Henrique, apesar de ser capitão do Palmeiras e ter contrato até 2023, chegou a considerar uma transferência depois que sua mulher foi hostilizada pelos torcedores. Em São Paulo, sua saída não é vista como algo difícil de acontecer, desde que ocorra para o mercado externo — no início de 2019, recusou oferta da China. Outro nome especulado é o uruguaio Carlos Sánchez, que tem vínculo com o Santos por mais um ano e meio. Ainda assim, a direção gremista não confirma estas especulações. De certeza, apenas a necessidade de reforçar o setor defensivo do meio-campo.