"O mais importante foi o resultado". Essa frase poderia ser atribuída ao técnico Renato Portaluppi ou a qualquer jogador ou dirigente do Grêmio que falou após a vitória por 1 a 0 sobre o Fortaleza, na noite de sábado, no Estádio Centenário, em Caxias do Sul. Todos reconheceram a importância dos três pontos somados na Serra gaúcha, que tiram a equipe da zona de rebaixamento do Brasileirão.
— A vitória na nossa profissão é fundamental, até para dar confiança. Mas não é porque ganhamos hoje que está tudo bem — salientou Renato em entrevista após a partida.
O treinador deve ter observado, por exemplo, o excesso de bolas alçadas para a área sem que se traduzissem em chances de gol. Foram 34 cruzamentos feitos pelo Grêmio. Apenas sete foram certos, e somente dois viraram finalizações contra o gol defendido por Felipe Alves.
Talvez Renato tenha se incomodado também com as bolas longas erradas. Das 49 tentativas, 33 terminaram sob o domínio de jogadores gremistas. Nem mesmo as jogadas individuais estavam dando certo. De 20 dribles, 11 foram bem executados. Por esses motivos, o comandante foi obrigado a admitir:
— Não fizemos uma grande partida, mas o mais importante de tudo era a vitória, e nós conseguimos.
Ele tem razão. Com ela, o Grêmio chegou a oito pontos e sabia, já no sábado, que não poderia voltar ao Z-4 mesmo com o complemento da oitava rodada. Assim, vai para a última partida antes da pausa para a Copa América, na quarta-feira, contra o Botafogo, no Rio de Janeiro, sem tanta pressão.
Por falar em paralisação, ela também foi muito requisitada pelo grupo gremista. O período de folga somado ao de treinamentos no Hotel Vila Ventura, em Viamão, servirá para recuperar os atletas que estão no departamento médico e também trabalhar aqueles jogadores que ainda precisam se recondicionar fisicamente — casos de Diego Tardelli e Luan.
— Nosso objetivo até a parada para a Copa América é sair dessa zona complicada. Nosso time não era para estar ali. Mas essa pausa vai ser boa para nós e esperamos depois dela brigar na ponta de cima da tabela — afirmou o experiente Léo Moura.
Mas se os próximos meses podem ser bons para o Grêmio recuperar peças importantes, também existe o risco de que venham propostas e, com elas, o time perca atletas como Everton e Luan. Sobre isso, Renato destacou que o clube não tem atletas inegociáveis, está preparado para a janela de transferências e já avalia nomes no mercado para possíveis reposições.
O diretor de futebol Alberto Guerra foi além. Disse que o Grêmio já está no mercado:
— Estamos avaliando três jogadores. Dois para o meio e um para outra posição.
Os nomes, claro, não foram revelados. Renato ressaltou que o clube tem calma nas negociações para que não haja percalços.
— A gente tem trocado ideias, conversado sobre alguns atletas. Mas isso aqui é Grêmio. Se falar em nomes, todo mundo começa a se interessar, o jogador fica mais valorizado, mais caro e isso dificulta — explicou.
Reclamações do outro lado
E se no lado gaúcho o momento era de celebrar a segundo vitória no torneio, por parte dos cearenses prevaleceram as reclamações. Primeiro, o presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, reclamou da expulsão de Osvaldo, em lance revisado pelo árbitro Sávio Pereira Sampaio na tela do VAR.
— A expulsão foi absurda. A gente vê a má intenção pela rapidez que ele olhou a imagem e já estava convicto. Fomos prejudicados, e por isso quero externar a minha indignação não com a tecnologia, mas com quem vem mal intencionado, querendo defender o clube da casa, que tem mais poderio econômico — disse Paz.
Rogério Ceni, na sequência, fez questão de elogiar a sua equipe e também acusou Sampaio de ter interferido no resultado na partida.
— Talvez alguns árbitros ainda pensem na cor e no peso da camisa na hora de apitar. O mais importante é quem a veste. Quando você tem quantias inferiores, faz um bom jogo e o homem que tem o apito na boca pende para um lado, é quase impossível vencer a partida — afirmou o técnico do Fortaleza.