Até a véspera do Gre-Nal, torcedores do Grêmio ainda apostavam em Jael como melhor alternativa para o ataque do Grêmio. Agora, nem isso. Como o centroavante foi operado ontem, mesmo os críticos de André precisarão se contentar com ele como única opção de centroavante para a sequência do Brasileirão e quartas de final da Libertadores.
Jael passou por artroscopia no joelho direito no Hospital Moinhos de Vento. Responsável pelo procedimento, que durou 40 minutos, o médico Felipe do Canto informa que é de 35 dias o tempo médio de recuperação e volta às atividades. Tal prazo, contudo, pode mudar.
—Não é uma receita de bolo. A volta pode ser antes (dos 35 dias) ou um pouco depois —explica Felipe, que usa Michel como exemplo. O volante, que também passou por artroscopia no final de setembro de 2017, já no dia 25 de outubro entrou nos minutos finais do jogo de ida contra o Barcelona-EQU, em Guayaquil, pelas semifinais da Libertadores.
— Este é um tipo de lesão comum em jogador de futebol. A partir de agora, ele cumprirá o protocolo de reabilitação, que já inclui, no final, uma parte de trabalhos físicos — completa o médico.
Em 24 de fevereiro do ano passado, Jael havia rompido o ligamento cruzado anterior do mesmo joelho, mesma igual à sofrida por Douglas. Como se tratava de um problema de maior gravidade, a volta só ocorreu sete meses depois. Desde então, com gols e assistências, virou um dos favoritos dos torcedores. O ponto alto da idolatria deu-se com a exuberante atuação frente ao Botafogo, dia 1º de setembro. Por coincidência, foi o jogo em que sofreu a lesão no joelho direito.
A irregularidade tem sido a marca de André. Se o começo foi promissor, ao marcar logo na estreia, frente ao Cruzeiro, na primeira rodada do Brasileirão, foram só mais três gols nos 22 jogos seguintes, o que determinou a escancarada preferência da torcida por Jael. Escolhido como um dos cobradores na decisão por pênaltis contra o Estudiantes-ARG, dia 28 de agosto, André acertou seu chute e deu sinais de reabilitação. Sensação que ganhou força no jogo seguinte, a goleada por 4 a 0 contra o Botafogo, em que, também de pênalti, marcou o último gol. As desconfianças, contudo, voltaram contra Santos e Inter, jogos em que teve má atuação e saiu antes do final.
— André precisa de apoio dentro de campo. Não basta Renato levantar o moral dele. Os jogadores precisam auxiliar com jogadas que o favoreçam — avalia o ex-jogador Tarciso, que atuou 721 vezes pelo Grêmio entre 1973 e 1987.
Ele fala com total conhecimento de causa. Ao ser trazido do América-RJ, Tarciso chegava como garantia de muitos gols. Sofreu com a hegemonia colorada de então, passou a ser vaiado e só obteve reabilitação com a chegada do técnico Telê Santana e de jogadores experientes, como Eurico e Tadeu Ricci, que o apoiaram dentro e fora de campo.
— A partir de então, realizei os meus sonhos, ganhei todos os títulos possíveis e cheguei à Seleção Brasileira. André não desaprendeu. Dá para comparar com Nico López, que era vaiado pela torcida do Inter e hoje está bem — observa Tarciso.
Caso a resposta de André não seja satisfatória nos próximos jogos, Renato tem como alternativa retomar o modelo tático de 2016, em que Luan atuava como falso nove. Nesse caso, precisaria dispor de um novo armador no time. Douglas, ainda abaixo do condicionamento ideal, parece uma opção descartável. Jean Pyerre, que deu nova movimentação ao time ao entrar no Gre-Nal, é uma possibilidade. Para que possa jogar as quartas de final da Libertadores, precisará ser inscrito até sexta-feira, dia 16, prazo-limite para poder enfrentar o Tucumán, dia 18, no jogo de ida das quartas. Negociados, Jailson e Hernane Brocador saíram da lista e abrem duas novas vagas. Outras duas serão abertas nas semifinais, caso o Grêmio avance até lá.
A vida sem Jael
Possibilidade de volta no Brasileirão
30ª rodada - 21/10 -América-MG x Grêmio
Caso o Grêmio avance, poderá jogar a partida de ida das semifinais da Libertadores, dia 25 de outubro
Em 33 jogos na temporada, Jael tem 8 gols e 9 assistências