É em um dos principais destinos turísticos da Argentina onde o Grêmio inicia na noite desta terça-feira o mata-mata das oitavas de final da Libertadores. O Godoy Cruz manda seus jogos em Mendoza, cidade que é referência mundial na produção de vinhos.
A mil quilômetros de distância de Buenos Aires, a região fica aos pés da Cordilheira dos Andes e tem como seu principal cartão postal o Aconcágua, a maior montanha do continente.
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Com pouca experiência na Libertadores, já que está somente em sua terceira participação, o Godoy, que foi fundado em 1921, chegou pela primeira vez ao mata-mata das oitavas de final.
A equipe é jovem, com média de idade de 24 anos. E também é comandada por um técnico que está no início da carreira: Lucas Bernardi, 39 anos, ex-meia que fez carreira no Newell's Old Boys e no Monaco, da França. Veja uns aspectos sobre o adversário que o Grêmio enfrentará na noite desta terça-feira.
O Godoy e o Tomba
O pomposo nome Club Deportivo Godoy Cruz Antonio Tomba se consolidou em 1930, quando ocorreu a fusão do Club Sportivo Godoy Cruz com o Club Deportivo Bodega Antonio Tomba. O primeiro clube homenageava Tomás Godoy Cruz, um importante personagem político nacional, que declarou a independência da Argentina em 1816, presidiu o primeiro Congresso de Buenos Aires no ano seguinte e foi eleito duas vezes governador da província de Mendoza, em 1820 e 1830. O segundo clube fazia referência a Antonio Tomba, um imigrante italiano que viveu na região no final do século 19 e foi um importante empresário, construindo mercados e vinícolas que contribuíram para o desenvolvimento econômico da província. Curiosamente, o apelido pelo qual o adversário do Grêmio é mais conhecido na Argentina é "El Tomba".
Teto das Américas
Não há como falar em Mendoza sem lembrar do Aconcágua. A montanha, que fica no lado argentino da Cordilheira dos Andes, é a maior do mundo fora da Ásia. Com seu pico a 6,9 mil metros de altura, fica abaixo somente do Everest, a maior do mundo, localizada no Nepal e no Tibete, com topo que fica a 8,8 mil metros acima do nível do mar. Conhecido como "Teto das Américas", o Aconcágua atrai turistas do mundo todo, sobretudo alpinistas que tentam chegar ao topo encarando a neve e fortes rajadas de vento seco.
O Morro uruguaio
No Godoy Cruz, o centroavante Santiago García, 26 anos, é um dos principais nomes do time. Com apelido de "El Morro", o uruguaio de 1m80cm foi revelado pelo Nacional de Montevidéu, clube pelo qual foi artilheiro do campeonato uruguaio em 2011, com 23 gols marcados. O cartaz de artilheiro fez o Atlético-PR comprá-lo por R$ 7 milhões naquele ano. Mas o investimento não rendeu frutos e o centroavante deixou Curitiba com somente dois gols em 16 jogos. Antes de chegar ao Godoy, Morro Garcia passou por Kasimpasa, da Turquia, e pelo River Plate. Neste ano, é o vice-artilheiro do "El Tomba", com sete gols marcados, somente atrás do seu parceiro de ataque, Javier Correa, que balançou as redes 12 vezes.
Rey está de saída
O jogo contra o Grêmio deve marcar a despedida do capitão Rodrigo Rey do Godoy Cruz. Um dos nomes mais valorizados do elenco treinado por Lucas Bernardi, o goleiro, que chegou a despertar o interesse do Racing, recebeu proposta do PAOK, da Grécia, e deve concretizar o acerto nos próximos dias.
– Conversei com o pessoal da Grécia e me disseram que ainda faltam detalhes a serem resolvidos. Fui claro a eles que, se eu fosse sair do Godoy, seria depois de terça, porque o principal para mim era jogar esta partida (contra o Grêmio) – disse Rey à Rádio Nihuil, de Mendoza.
Império do Malbec
As bodegas de Mendoza têm fama mundial pela produção do malbec argentino, o vinho mais cultuado no país. Na região, que é responsável por 70% da produção no país, a vinícola mais conhecida é a Catena Zapata, que produz o vinho Angélica Zapata. De acordo com a safra, uma garrafa pode custar até R$ 700. Os vinhedos atraem turistas de todo o mundo, que se hospedam em hotéis com vista para os parreirais. São cerca de 100 vinícolas em Mendoza.
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Adriano de Carvalho
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