A partir das 21h desta quarta-feira (14), na sede da Conmebol em Luque, distrito de Assunção, será conhecido o rival do Grêmio nas oitavas de final. Não só isso. Também ficará definida a estrada que o clube gaúcho pegará nesta caminhada pelo tri da América. A partir do chaveamento definido hoje, teremos em mão um mapa que levará à final da Libertadores, em novembro.
Os critérios para definir o mandante no segundo jogo serão referentes à campanha na fase de grupos. Ou seja, o Grêmio, caso chegue à final, só decidirá fora se pegar Lanús ou Atlético-MG.
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O sorteio desta noite será simples. Em um pote, o de número 2, estarão os oito clubes que avançaram em segundo lugar. Eles serão sorteados e ocuparão as chaves de A a H. Em seguida, serão sorteados seus adversários, retirados do pote 1. O Grêmio, por exemplo, é o clube da bolinha de número 3.
BARCELONA-EQU - 2º lugar do Grupo 1
O Barcelona é o time mais popular do Equador. Sob a batuta do ex-goleiro José Cevallos, goleiro campeão da América com a LDU, o clube se reorganizou e voltou a disputar títulos. Em 2016, quebrou a hegemonia de três anos do rival Emelec e levantou a taça pela 15ª vez – a 14ª havia sido em 2012. Foi um título com recordes no futebol equatoriano : maior número de pontos no ano (98), maior número de vitórias (31) e melhor ataque (51). O técnico uruguaio Guillermo Almada, 47 anos, está no clube desde junho de 2015 e renovou até o fim de 2019.
Destaques
O centroavante uruguaio Jonathán Alvez chegou da LDU no início de 2016 e faz neste ano sua melhor temporada. Deixou no banco de reservas a grande contratação para a temporada, o ex-colorado Ariel Nahuelpán. Com 10 gols, é o goleador do Equatoriano. Na sexta-feira, fez três contra o Clan Juvenil. Tem mais dois na Libertadores, contra Botafogo e Nacional-COL. Há um brasileiro no time, o volante Gabriel Marques.
Time-base
Banguera; Valencia, Arreaga, Aimar e Velasco; Oyola e Gabriel Marques; Ayovi, Díaz e Caicedo; Álvez. Técnico: Guillermo Almada.
A favor
Não tem altitude, e o Barcelona manda seus jogos no Monumental, o maior do país, com capacidade para 92 mil pessoas. Em 2012, o Grêmio esteve lá na Copa Sul-Americana e venceu por 1 a 0.
Contra
É um clube popular, de massa. Costuma lotar seu estádio em jogos decisivos e sabe fazer uso desse ambiente contra seus adversários.
EMELEC-EQU - 2º lugar no Grupo 3
Assim como seu rival local, o Barcelona, o Emelec aposta em um técnico uruguaio para recuperar a hegemonia no Equador – depois do tri com Miller Bolaños e o técnico Gustavo Quinteros, em 2016 o clube o Barcelona fazer a festa. A equipe mantém nomes conhecidos, como o goleiro Dreer, o zagueiro Bagui e os volantes Gaibor e Pedro Quiñonez. O grande trunfo é seu novo estádio. Depois de três anos em reforma, o George Capwell foi reaberto em fevereiro. Com novas tribunas, tem capacidade para 40 mil pessoas e virou uma arena, com a torcida próxima do gramado.
Destaques
Brayan Angulo, é bom ficar de olho neste centroavante de 22 anos, 1m82cm e 79 quilos. Buscado no Rocafuerte, time da segunda divisão, em 2013, foi lapidado pelo Emelec e lançado no ano passado. Fez 10 gols em 2016 e começou esta temporada como titular. Perdeu espaço com a seca de gols e só voltou ao time contra o Independiente Medellín. Ali, desencantou e fez os dois na vitória que abriu as portas das oitavas ao Emelec.
Time-base
Dreer; Ramos, Bagui e Pinillo; Caicedo, Gaibor, Pedro Quiñonez e Preciado; Mondaini, Angulo e Orejuela. Técnico: Alfredo Arias.
A favor
Não tem altitude. Mas recomenda-se voo fretado. Chegar a Guayaquyil por voos de linha é um desafio que pode incluir uma esticada até o Panamá.
Contra
A casa reformada do Emelec é um problema. Para 40 mil pessoas, virou um caldeirão. Lá, o clube se torna difícil de ser batido.
NACIONAL-URU - 2º lugar no Grupo 7
Um gigante em crise. O Nacional tem os nomes mais badalados do país, mas patina no Uruguai. O time perdeu para o Racing a liderança no seu grupo no Torneio Intermédio, um campeonato de sete rodadas criado a partir deste ano entre o Apertura e o Clausura. Em Montevidéu, apontam como acidental a classificação para as oitavas de final da Libertadores. E foi. Depois de empatar com o Zulia e perder em casa para o Lanús, acabou beneficiado pela punição da Conmebol à Chapecoense, por escalar o zagueiro Luiz Otávio, suspenso.
Destaques
O grande destaque na temporada é o centroavante Rodrigo Aguirre. Mas o goleador tem seu futuro indefinido. O empréstimo à Udinese acaba no dia 30 de junho. Há conversas para prorrogar, mas Aguirre se valorizou com os oito gols no Uruguaio e um na Libertadores. O zagueiro Diego Polenta, capitão da equipe, é outro que está próximo de sair. O Boca e o São Paulo estão de olho. O atacante Rodrigo Amaral, promessa da equipe, voltou do Mundial Sub-20 e também pode sair.
Time-base
Esteban Conde; Otálvaro, Rafael García, Diego Polenta e Luis Espino; Diego Arismendi, Felipe Carballo, Tabaré Viudez e Martin Ligüera; Rodrigo Aguirre e Sebastián Fernández. Técnico: Martin Lasarte
A favor
Viagem curta, em uma hora de avião chega-se a Montevidéu. O Grêmio pode contar com torcida: são apenas 800 quilômetros desde Porto Alegre.
Contra
O Nacional é pura tradição na Libertadores, Tem uma torcida fanática e manda os jogos no Parque Central, que é um caldeirão.
THE STRONGEST-BOL - 2º lugar no Grupo 2
O craque do time é a altitude. A 3,6 mil metros acima do nível do mar, o estádio Hernando Siles, em La Paz, localizado no coração da Cordilheira dos Andes, traz imensas dificuldades aos visitantes. Na fase de grupos, empatou em casa com o Santos, venceu o SantaFe-COL por 2 a 0 e goleou o Sporting Cristal-PER por 5 a 1. O atacante Pablo Escobar, 38 anos, um andarilho da bola que já atuou em clubes como Ponte Preta, Santo André e Ipatinga, é o artilheiro da equipe boliviana na temporada. No Apertura, no Clausura e na Libertadores, marcou 28 gols.
Destaques
O meia Alejandro Chumacero, 26 anos, é o grande nome da equipe. Goleador da Libertadores, com oito gols marcados, também se destaca pelas assistências aos companheiros. Em 2014, no entanto, teve passagem apagada pelo futebol brasileiro, atuando pelo Sport. Agora, chama a atenção de Universidad de Chile e Tijuana, do México. Outro jogador que requer atenção é Matías Alonso, centroavante de força física que já marcou cinco vezes no torneio continental.
Time-base
Vaca; Bejarano, Marteli, Maldonado e Bejarano; Wayar, Castro; Jara, Chumacero, Pablo Escobar; Matías Alonso. Técnico: César Farias.
A favor
Trata-se de uma equipe com pouca tradição na Libertadores. Ao nível do mar, seu nível de competitividade decai.
Contra
A altitude é o maior problema a ser temido. A 3,6 mil metros de altura, La Paz é território inóspito a visitantes.
JORGE WILSTERMANN-BOL - 2º lugar no Grupo 5
É outro boliviano que tem a altitude como aliada. Mas é melhor jogar em Cochabamba, a 2,5 mil metros acima do nível do mar, do que em La Paz. Ainda assim, o Wilstermann faz do estádio Félix Caprilles sua fortaleza. Em três jogos em casa na fase de grupos, teve 100% de aproveitamento. Com direito a goleada por 6 a 2 no Peñarol e vitória sobre o Palmeiras. Comandada pelo peruano Roberto Mosquera, a equipe ganhou o reforço do centroavante Ricardo Pedriel, que atuava no Mersin Yurdu, da Turquia. A Libertadores é a prioridade, já que no Apertura o time patina em 10º.
Destaques
O centroavante argentino Franco Olego, 30 anos, é o artilheiro na temporada, com nove gols. Mas, curiosamente, não é titular. Este posto cabe ao colombiano Luis Cabezas, que marcou um dos gols da vitória sobre o Palmeiras. O zagueiro brasileiro Alex Silva, 32 anos, de passagens cercadas de polêmicas por clubes como São Paulo, Flamengo e Cruzeiro, é o jogador mais conhecido do elenco. Outro brasileiro é o atacante Serginho, que já atuou pela Portuguesa, Boa e Botafogo-SP.
Time-base
Olivares; Omar Morales, Alex Silva, Zenteno e Aponte; Cristhian Machado, Saucedo; Cristian Chávez, Rudy Cardoso e Luis Cabezas; Gabriel Ríos. Técnico: Roberto Mosquera.
A favor
É uma equipe de pouca tradição na Libertadores e com baixo nível técnico, algo característico de clubes bolivianos.
Contra
A altitude não assusta tanto quanto a de La Paz. Mas requer cuidados: Palmeiras e Peñarol já caíram no Félix Caprilles.
ATLÉTICO-PR - 2º lugar no Grupo 4
Conseguiu uma classificação improvável após vencer de virada o Universidad Católica, no Chile, nos minutos finais. Mas, no Brasileirão, o time é lanterna: somou apenas dois pontos em seis rodadas. Na Copa do Brasil, será o adversário do Grêmio nas quartas de final. A principal mudança para o mata-mata da Libertadores está no comando do futebol: Paulo Autuori virou diretor e abriu espaço para a contratação de Eduardo Baptista. Mas o desempenho do novo treinador é péssimo: duas derrotas, dois empates e só uma vitória, contra o Santa Cruz, pela Copa do Brasil.
Destaques
Autor do gol da classificação para as oitavas, o meia Carlos Alberto, de passagem pelo Grêmio em 2011, assumiu o papel de protagonista da equipe. O goleiro Weverton, seguidamente convocado por Tite para a Seleção, é a grande liderança em campo. O argentino Lucho González acrescenta experiência e técnica ao meio-campo. Ele é um dos artilheiros do time, ao lado de Felipe Gedoz, Matheus Anjos e Nikão, todos com quatro gols marcados nesta temporada.
Time-base
Weverton; Jonathan, Paulo André, Thiago Heleno e Sidcley; Otávio, Matheus Rossetto; Carlos Alberto, Nikão e Pablo; Eduardo da Silva. Técnico: Eduardo Baptista.
A favor
O retrospecto recente do Grêmio contra os paranaenses é bom. Eliminou a equipe nas oitavas da Copa do Brasil no ano passado e venceu por 2 a 0 em maio, pelo Brasileirão.
Contra
Já no caminho do Grêmio na Copa do Brasil, pode proporcionar uma overdose de jogos decisivos caso também seja sorteado como o adversário tricolor na Libertadores.
GUARANÍ-PAR - 2º lugar no Grupo 8
Adversário na fase de grupos, os paraguaios já enfrentaram o Grêmio duas vezes nesta Libertadores. Em Assunção, empate em 1 a 1. Na Arena, goleada tricolor por 4 a 1, com direito a hat-trick de Lucas Barrios. Vice-líder do Paraguaio, a equipe treinada pelo argentino Daniel Garnero tem no equilíbrio do meio-campo a sua principal virtude. O técnico cobra com obsessão de seus jogadores a compactação entre as linhas defensivas e ofensivas. A derrota para o Grêmio foi a única no Grupo 8: venceu três jogos, sendo dois deles fora de casa, contra Zamora e Iquique.
Destaques
O meia Marcelo Palau, 31 anos, é quem faz o time jogar. Após passagem discreta pelo Atlético-PR em 2013, o uruguaio se firmou como o grande líder do time paraguaio nesta Libertadores. Os atacantes García e Camacho também se destacam pela técnica e a velocidade. No banco, outro uruguaio, o centroavante Rodrigo López é opção forte na bola aérea para o segundo tempo. Foi ele quem marcou o gol do empate com o Grêmio em Assunção.
Time-base
A.Aguilar; Rolon, Bareiro e Cabral; Baez, Cruz, Palau, J. Aguilar e Novick; García e Camacho. Técnico: Daniel Garnero
A favor
Em dois jogos, o Grêmio mostrou ampla superioridade em relação aos paraguaios. E já tem mapeados seus pontos fortes e fracos.
Contra
A pressão no histórico Defensores del Chaco é um obstáculo. Lá, o Grêmio teria 42 mil torcedores como adversários nas arquibancadas.
GODOY CRUZ-ARG - 2º lugar no Grupo 6
O time argentino não foi páreo para o Atlético-MG no Grupo 6. Embora tenha segurado empate em casa na estreia, foi goleado impiedosamente por 4 a 1, no Independência, na última rodada. Ainda assim, teve forças para vencer, fora de casa, o Libertad e o Sport Boys-BOL. Garantiu, pela primeira vez na história, a passagem às oitavas de final da Libertadores. Em 15º no Campeonato Argentino, tem na competição continental sua principal prioridade.
Destaques
A equipe do jovem técnico Lucas Bernardi, 39 anos, tem no centroavante Javier Correa, goleador da equipe na temporada, com nove gols, seu principal destaque. O atacante uruguaio Santiago García teve passagem pelo futebol brasileiro, com passagem discreta pelo Atlético-PR entre 2011 e 2012.
Time-base
Rodrigo Rey; Bonacorso, Diego Viera, Danilo Ortíz e Cobos; Poyet, Maximiliano Correa; Carabajal, Nicolás Sánchez e Fernando Nuñez; Garro. Técnico: Lucas Bernardi.
A favor
A pouca tradição do Godoy Cruz na Libertadores. Somente em sua terceira participação o time conseguiu passar da fase de grupos.
Contra
A viagem até Mendoza precisaria ser fretada. E o estádio Malvinas Argentinas ou Mundialista de Mendoza teria a pressão de 40 mil torcedores.
*ZHESPORTES