Mesmo que tenham sido decisivos na conquista do penta na Copa do Brasil, Pedro Rocha e Luan entraram na mira da torcida do Grêmio. Com queda de desempenho nos últimos jogos, recaiu sobre a dupla boa parte das cobranças pela eliminação no Gauchão e a derrota para o Iquique, pela Libertadores.
Quanto a Luan, a impaciência dos torcedores ocorre pela postura demonstrada na semifinal contra o Novo Hamburgo, em que o atacante teve atuação apagada quando o time mais precisava dele. Mesmo que tenha números superiores ao ano passado - já fez metade dos gols que fez em 2016 -, o garoto já não exibe a intensidade que teve na conquista do ouro olímpico nos Jogos do Rio.
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Para o ex-atacante Luís Mário, protagonista no tetra da Copa do Brasil, em 2001, a cobrança não abala Luan, mas pode chateá-lo. E entende que a instabilidade não pode ser creditada só a ele e a Pedro Rocha.
– A torcida só cobra de quem pode render. Mas é um conjunto, vejo o time todo abaixo do nível do ano passado. Não dá para colocar a culpa só nos dois. O Renato e todo o grupo também têm responsabilidade. Depois da Copa do Brasil, foram só duas ou três boas atuações – observa Luís Mário.
Admirador de Luan, Cléber Xavier, auxiliar do técnico Tite, observa que as mudanças de posicionamento do atacante podem ter reflexo direto em seu rendimento. Até o final de 2016, quando Douglas ainda estava no time, Luan desempenhava a função de falso 9, à qual estava mais habituado.
– Às vezes, mudanças requerem um tempo para adaptação e entrosamento. E agora, com a lesão de Bolaños, ele precisou passar por uma nova alteração. Pode ser que se explique por aí – avalia Xavier.
Quanto a Pedro Rocha, a maior cobrança da torcida é em relação aos gols perdidos. Mesmo que o atacante faça um trabalho importante na cobertura de Marcelo Oliveira pela esquerda, sua pontaria cara a cara com os goleiros adversários deixa a desejar. Tanto que, nesta temporada, fez só dois gols.
O ex-atacante Paulo Isidoro, campeão brasileiro pelo Grêmio em 1981, viu o talento de Pedro Rocha na final da Copa do Brasil contra o Atlético-MG. E acredita que o garoto não desaprendeu a fazer gols.
– É um momento pelo qual todo jogador passa. Nós e a torcida sabemos que ele é bom finalizador. Mas não está tendo sorte, não é falta de treino. O Pedro é um jogador de qualidade e merece mais crédito – entende Isidoro.
Para Rodrigo Mendes, outro protagonista do tetra na Copa do Brasil, a oscilação dos garotos é natural:
– Eles são novos, ainda estão em processo de maturação. O Renato também mudou a característica do time. Não é mais aquele do Roger que tinha como ideia principal construir as jogadas lá de trás.
O desempenho de Luan e Pedro Rocha em 2016 e 2017
Luan em 2017
16 jogos
6 gols (média 0,37 por jogo)
19 finalizações em direção ao gol (32 erradas)
558 passes certos
54 faltas recebidas
4 assistências
1 cartão amarelo
Luan em 2016
54 jogos
12 gols (média 0,22 por jogo)
45 finalizações em direção ao gol (94 erradas)
1874 passes certos
173 faltas recebidas
11 assistências
8 cartões amarelos
Pedro Rocha em 2017
16 jogos
2 gols (média 0,12 por jogo)
17 finalizações em direção ao gol (7 erradas)
314 passes certos
22 faltas recebidas
5 assistências
3 cartões amarelos
Pedro Rocha em 2016
42 jogos
12 gols (média 0,28 por jogo)
34 finalizações em direção ao gol (28 erradas)
560 passes certos
28 faltas recebidas
7 assistências
5 cartões amarelos
1 cartão vermelho
Fonte: Footstats
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Adriano de Carvalho
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