
Dois treinadores que misturam intuição e estratégia se enfrentam na decisão por uma vaga nas semifinais da Copa do Brasil.
Renato Portaluppi, 54 anos, do Grêmio, e Cuca, 53, do Palmeiras, têm na cumplicidade dos comandados e na leitura do adversário importantes trunfos para avançar na competição. Por ter vencido a primeira partida, o Grêmio sairá classificado com um empate do Allianz Parque.
Renato se destaca por explorar bem o lado emocional, observa Mário Sérgio, comentarista da Fox Sports.
– Ele é mais amigo do jogador. Tira proveito da convivência e da amizade com o grupo. É por aí que exerce sua liderança – diz.
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Ser mais intuitivo não é demérito, entende o técnico Adilson Batista. As mudanças sofridas pela equipe do Grêmio desde a chegada de Renato, na metade de setembro, revelam que se trata de um profissional preocupado em estudar.
- Não entendi porque Roger saiu. Talvez tenha faltado um pouco de paciência com ele. Mas Renato tem méritos. Mudou o jeito de o Grêmio jogar. O time está mais objetivo - avalia.
Mário Sérgio vê na maior sequência uma vantagem de Cuca em relação a Portaluppi. Entende que a conquista da Libertadores com o Atlético-MG, em 2013, o converteu em um treinador mais seguro e evoluído.
– Ele é um estrategista, mexe bem com as peças. Corrigiu o defeito mais apontado por todos, que era a insegurança nas horas decisivas. Taticamente, ele está mais atualizado do que Renato – entende Mário Sérgio.
Adilson avança um pouco mais na avaliação do trabalho de Cuca. Também destaca a conquista da Libertadores como um episódio transformador em sua carreira.
– Seu time gosta de contra-ataques rápidos. E usa muito a marcação individual. Algo que não é muito frequente na Europa, por exemplo - aponta.
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Dentro de campo, os dois fizeram história no Grêmio. Renato, muito mais. Foi herói na Libertadores e Mundial de 1983, duas das páginas mais gloriosas da história do clube.
Cuca destacou-se no Grêmio Show de 1988, montado pelo treinador Otacílio Gonçalves, e na conquista da primeira Copa do Brasil, em 1989, com direito ao gol decisivo na decisão contra o Sport.
Com treinador, Renato viveu seu melhor período entre 2007 e 2008. São dessa época a conquista do título da Copa do Brasil pelo Fluminense, em decisão contra o Figueirense e o vice-campeonato da Libertadores, na final contra a LDU, do Equador.
A carreira foi retomada com força em 2010, quando tirou o Grêmio da zona de rebaixamento do Brasileirão e classificou o time para a pré-Libertadores. No ano seguinte, conquistou o título do primeiro turno do Gauchão. Entre 2011 e 2016, além do Grêmio, só trabalhou em Alético-PR e Fluminense. Em 2013, de novo com o Grêmio, foi vice-campeão brasileiro.
Técnico desde 1998, Cuca obteve visibilidade a partir de 2003, no Goiás. Foi o clube que lhe abriu as portas para voos maiores, entre eles o Atlético-MG, pelo qual ganhou a Libertadores de 2013.
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