
Foi também pela dificuldade de encontrar um substituto confiável no mercado que o presidente Romildo Bolzan Júnior resistiu o quanto pôde ao pedido de demissão de Roger Machado.
Desde o início da madrugada de quinta-feira, já investido também da função de vice de futebol, o dirigente busca um comandante para a sequência do Brasileirão e, acima de tudo, da Copa do Brasil.
Um dos obstáculos é político. Com mandato até o final do ano e sem a garantia de reeleição, Bolzan se vê impedido de oferecer um contrato de longo prazo. Domingo, na Arena, contra o Fluminense, o time terá o comando de James Freitas, até quarta-feira auxiliar de Roger Machado.
Bolzan, que passa a acumular a vice-presidência de futebol, não cogitaria alterar o perfil do técnico. Sua opção seria por um profissional com olhar voltado para a base, a exemplo de Roger Machado.
Leia mais:
Torcedores recepcionam jogadores com xingamentos e pedidos de "respeito ao Grêmio"
GRÁFICO: veja o prazo de validade dos técnicos do Grêmio
Roger explica saída e diz: "Saio triste por não ter conquistado títulos"
Por isso, Antônio Carlos Zago, Milton Mendes, Eduardo Baptista e Rogério Micale, que deu ao país o primeiro ouro olímpico da história, surgiram quinta como candidatos fortes. Este último, contudo, foi descartado ao acertar a renovação de contrato com a CBF. Marquinhos Santos, do Fortaleza, também conta com admiradores.
Nome preferido do ex-vice de futebol Alberto Guerra, Renato Portaluppi agrada parcela da torcida, mas não é citado com entusiasmo por Bolzan. Adilson Batista também foi especulado.
Rumores sobre uma investida em Cristóvão Borges diminuíram no instante em que a direção do Corinthians assegurou sua permanência, apesar das contestações de parte da torcida. Mas poderão ganhar força se o treinador não resistir a um novo tropeço contra o Palmeiras, sábado, e for demitido.
No Juventude desde agosto de 2015, Antônio Carlos Zago desenvolve um trabalho que certamente cairia no gosto do presidente Romildo Bolzan Júnior. Trata-se da valorização de jogadores formados na base, o que, no caso do clube de Caxias do Sul, já serviu para a promoção do zagueiro Klaus e do volante Sananduva.
- Fizemos aqui no Juventude um ótimo trabalho em relação a isso. Mas um time não pode ser formado só por garotos. O próprio Grêmio mescla meninos com jogadores como Douglas, Maicon e Geromel - destaca.
Ainda que envaidecido com os rumores sobre o interesse do Grêmio, Antônio Carlos afirma que não quer se antecipar aos fatos. No momento, sua preocupação é com as partidas decisivas contra Mogi Mirim, domingo, pela Série C, e São Paulo, dia 22, pela Copa do Brasil.
Mas, depois da passagem pelo Palmeiras, em 2010, não considera difícil voltar a assumir um grande clube.
- Não é assustador. Serve de estímulo a qualquer técnico. Ainda mais que o time foi bem treinado por Roger e quem assumir já estará com o trabalho bem adiantado - diz.
Milton Mendes, 51 anos, demitiu-se em agosto do Santa Cruz, depois de fazer do clube pernambucano líder do Brasileirão nas primeiras rodadas. Ele também nega ter sido procurado, mas ressalta que qualquer treinador gostaria de atuar em uma equipe "com a linda história do Grêmio".
Mendes define como qualificado o atual grupo de jogadores e diz não ver como empecilho assinar um contrato de curta duração.
- Tudo é possível, o importante é o projeto - afirma.
Sem exercer o cargo de técnico desde 2014, após passagem pelo Fluminense, Renato Portaluppi nega qualquer convite do Grêmio. Por meio de seu assessor de imprensa Diogo Aída, informa que mantém-se atualizado assistindo a todos os jogos possíveis das séries A e B, além de competições internacionais.
Em viagem ao interior paranaense, Adilson Batista não atendeu às ligações feitas por Zero Hora.
Acompanhe o Grêmio no Gremista ZH. Baixe o aplicativo:
*ZHESPORTES
