Seis meses após sua chegada, Bolaños ainda busca afirmação no Grêmio. Sem Luan, convocado para os Jogos Olímpicos, é dele que a torcida cobra os gols que poderão manter a equipe na luta pelas primeiras colocações no Brasileirão. Nas três últimas partidas, o atacante não conseguiu fazer a diferença. Para o técnico da seleção equatoriana, o problema pode ser o posicionamento errado.
Setorista de Emelec do jornal El Universo, o repórter Juan Fuenzalida não descarta que Bolaños ainda sofra os efeitos de um episódio verificado logo em seu segundo jogo. Foi a fratura na mandíbula, em choque com o lateral direito Willian, do Inter, no Gre-Nal de 6 de março, válido pelo Gauchão e Primeira Liga, cuja recuperação exigiu 45 dias.
- Aquela lesão afetou o psicológico. Ele sempre precisou de muita força mental para superar os problemas - conta.
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Dificuldades com o idioma, aumentadas pelo comportamento introspectivo, também podem afetar o rendimento, acredita o jornalista. Assim como a falta de um jogador que sirva como protetor, uma espécie de pai dentro de campo, papel que o zagueiro Gabriel Achilier desempenhava no Emelec.
Outro problema, observa Fuenzalida, é a atenção que o jogador recebe na seleção equatoriana e talvez não desfrute no Grêmio. Como ocorria no Emelec, Bolaños é o centro das atenções quando é convocado para os jogos das Eliminatórias.
- Aqui, jogam para ele. É mimado. Tanto que a torcida aposta muito em seu futebol para a partida contra o Brasil (dia 4 de setembro, em Quito, jogo que marcará a estreia do técnico Tite) - diz.
Para o técnico da seleção equatoriana, o que atrapalha o rendimento de Bolaños é o posicionamento. Ouvido por Zero Hora, Gustavo Quinteros observa uma queda de produção se o jogador atua pelo lado do campo ou como último atacante.
- Ele não é ponta. É meia-ponta. Deve jogar livre, atrás do ponta, para que apareça nos espaços livres. Ali, ele é determinante - afirma Quinteros.
Surpreso por saber que o jogador sofre as primeiras contestações, Quinteros é enfático ao apontar suas qualidades. E não titubeia em situá-lo no mesmo patamar de dois sul-americanos que são unanimidade na Europa.
- Miller é um craque. Se não gostam dele, mandem-no para a seleção do Equador. Depois de Messi, vem Neymar e logo Miller. É um fenômeno - opina o treinador.
Em 12 partidas pelo Grêmio, Bolaños marcou dois gols. Poderia ser diferente não fosse a fratura na mandíbula e a ausência do time entre 23 de maio e 17 de junho, período em que foi cedido para a Copa América.
Na volta, precisou curar-se de uma lesão muscular. Como toda a equipe, ele ressente-se da saída de Luan. Nesse período, o equatoriano chegou a ficar fora de uma viagem a Recife, para o jogo contra o Sport, por enfrentar problemas familiares.
Na época, especulou-se uma insatisfação com a condição de reserva. Ainda que os gols não surjam, o técnico Roger Machado não deixa de confiar na capacidade do jogador:
- O Miller é finalizador.
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