Os bem, mas bem otimistas, acreditavam na vitória do Grêmio no interior da Argentina. Os realistas, não.
O aplicado e competitivo Rosario Central mostrou que o seu futebol é superior em casa e fora. Ganhou duas vezes, marcou quatro vezes. Sobrou. Ofereceu aos gremistas de Roger Machado duas aulas de futebol nas oitavas de final da Libertadores. A TV mostrou as lições grátis, uma em Porto Alegre, outra no Exterior. Não há o que contestar. Os gaúchos foram varridos do torneio.
Abaixo, enumero as seis lições. Você pode ter mais umas 10:
Um) A gestão do grupo é precária. O Grêmio não conseguiu pensar a Libertadores antes da bola entrar em campo. Não reforçou o setor vital, a defesa. A defesa entregou o Gauchão ao Juventude. Depois, escancarou a Libertadores. Perdeu duas competições em 15 dias, três em quatro meses.
Dois) A falta de visão dos dirigentes tricolores assusta. Não conseguiram montar um grupo forte para disputar o principal torneio do continente. Chamaram um time que não consegue nem disputar a final de um campeonato regional. Falta dinheiro e muito mais criatividade.
Leia mais:
Wianey Carlet: foi triste ver a atuação vergonhosa do Grêmio
E agora, Grêmio? Como será o futuro tricolor após a eliminação na Libertadores
Zoeira nas redes: os memes da eliminação do Grêmio na Libertadores
Três) Os erros de avaliação do promissor Roger Machado assustam. Aprovou a contratação de Fred e Kadu. Manteve Marcelo Oliveira e Marcelo Hermes. Oferece a faixa de capitão ao volante Maicon. Insiste com o cansado Douglas. Acha que Bobô é a solução. Não vê Lincoln. Roger manda sozinho no vestiário. Precisa de assessoria, de conselhos, de dirigentes qualificados ao seu lado. É um técnico promissor, mas ainda precisa aprender muito.
Quatro) Ao escolher o grupo, o Grêmio esqueceu de buscar novas lideranças. Salva-se Geromel. Maicon é um capitão apático. Giuliano não é referência. Douglas já não sabe mais o que faz em campo. É o jogador que mais caminha e quase sempre sem sentido. É um peregrino sem norte. Os mais experientes, como Marcelo Grohe e Fred, foram os que mais falharam.
Cinco) O Brasileirão começa em 11 dias. Quem não tem time para superar duas fases da Libertadores, menos de quatro meses de disputa, não tem futuro numa competição nacional. O Grêmio deve mudar com alguma urgência. Tudo começa no departamento de futebol. É lá que brotam as ideias, os nomes dos jogadores que pode formar um grande time, os caminhos da vitória a gestão. É preciso responsabilizar Rui Costa e César Pacheco. Eles são os gestores do futebol. Eles precisam ser cobrados como não foram até hoje.
Seis) A hora é de Romildo Bolzan Júnior. Suas ações imediatas no futebol serão decisivas. O presidente é gestor, cuida do clube. Mas, em certos momentos, precisa entrar no vestiário, exigir e mudar. Descer e encarar as feras. Não é possível falhar tanto em tão pouco tempo. O time treme na hora da decisão.
Acompanhe o Grêmio no Gremista ZH. Baixe o aplicativo:
*ZHESPORTES