Há um simbolismo nesta Libertadores que começa com ares de sessão coruja para o Grêmio, à meia-noite desta quarta para quinta-feira. Vários Grêmios vão entrar no gramado castigado pelo frio comum de altiplanos da cidade de Toluca. Mais do que resgatar a paixão pela competição que há 34 anos é o próprio orgulho tricolor, está em jogo uma espécie de atestado de maturidade de quem se reinventou nos últimos dois anos.
Todas as instâncias azuis trabalharam dia a dia desde 2014 à espera desse momento. A direção assumiu sem medo um clube endividado e com um estádio para pagar. Usou de rédeas curtas nas finanças e adotou uma política de austeridade estranha ao mundo de gastança do futebol.
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O craque do time, Luan, encarou a onda de desconfiança sobre sua qualidade e mostrou que sua frieza é paralela à sua qualidade. Os companheiros de Luan vieram desacreditados ou desconhecidos e encontraram na Arena o caminho da afirmação. Compuseram um time econômico no investimento e farto em resultado, como o terceiro lugar no Brasileirão. Mérito de Roger Machado, um técnico de procedimentos modernos e ideias arejadas que precisa, agora, fazer seu discurso bem construído virar conquistas.
Faz parte da vida dos clubes se reinventar. O próprio Grêmio fez isso em 1983, quando percebeu que havia chegado a hora de ultrapassar as fronteiras. Repetiu em 1995, quando havia recém superado grave crise financeira e adotado política austera como a dos dias de hoje. Em ambas situações, o clube tirou na América o atestado de sua maioridade. O desafio de se repetir começa nesta madrugada, no frio de Toluca.
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