A torcida Geral do Grêmio reclamou em suas redes sociais da organização para o clássico Gre-Nal 408 estabelecida depois de reuniões com o Ministério Público, Brigada Militar e Grêmio. A nota da reclama da definição de que o comboio dos gremistas sairá do pátio do prédio da Secretaria Estadual de Segurança Pública – mesmo local do qual os colorados partiram para o clássico de agosto, na Arena –, na Avenida Voluntários da Pátria.
Confira a nota abaixo:
"Nós não queríamos, na semana Gre-Nal, e também do jogo importante diante do Fluminense, estar falando de outro assunto que não fossem as questões de campo, arquibancada, conclamando o povo gremista para a festa e o apoio ao Tricolor. Entretanto, depois de reuniões com o Ministério Público, Brigada Militar e Grêmio, ficamos consternados com as medidas que serão tomadas no próximo clássico.
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Viemos por meio desta nota oficial mostrar como o Poder Público parece querer prejudicar todos os torcedores do Imortal que pretendem ir ao estádio rival no próximo domingo. É preciso deixar bem claro que a relação entre Geral e Brigada Militar é muito boa. A BM é obrigada a acatar tudo que vem do Ministério Público e neste momento começam os problemas, que afetam a torcida toda, desde a concentração, passando pela locomoção, chegada ao jogo e festa no estádio.
Ponto de partida para o Beira Rio:
O MP impõe que a torcida do Grêmio chegue de ônibus ao Beira Rio. A ideia dos ônibus sempre foi nossa, solicitada faz quase 10 anos sem sucesso, e temos duas casas (Olímpico e Arena) que poderiam ser usadas como concentração e ponto de partida. Mas não, marcaram a saída para a sede da Secretaria Estadual de Segurança, que fica no centro, perto da estação de trem, onde boa parte dos colorados irá passar. A própria BM disse que não pode garantir a segurança para os carros de gremistas estacionados perto da Secretaria de Segurança e os mesmos não poderão ser deixados no estacionamento do local e sim na rua, em uma região que é considerada uma cracolândia. Marcar para ali a saída é uma insensatez.
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Já é uma espécie de ritual, e isso para todos os gremistas, não só a Geral do Grêmio, que a saída para os clássicos do Beira Rio seja feita do Olímpico. Os ônibus abrem a possibilidade desta saída ser da Arena. Mesmo assim, sem qualquer explicação técnica a respeito de trânsito e segurança, sem mostrar qualquer dado concreto que prove que este local é o mais seguro para os torcedores visitantes e já sabido que todos os problemas dos últimos clássicos se deram no entorno do Beira Rio e interior, responsabilidade do mandante, o MP impôs que os torcedores saiam da sede da Secretaria de Segurança, além de diminuir o número de instrumentos, com a justificativa de que estamos com mais do que a torcida deles. Tudo isso imposto, sem abertura ao diálogo.
O Ministério Público deveria apresentar à sociedade dados que justifiquem a opção por este esquema. O próprio ponto de partida já dá uma ideia de como o MP vê as torcidas, como questão de segurança, premeditando que ali estão bandidos e não torcedores. Sem nenhuma abertura ao diálogo, nos comunicou que, o gremista que for ao Beira Rio por outras vias que não os ônibus, não entrará no estádio, além de que, se a Geral não acatar esta medida, todos os materiais serão vetados.
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Além de restringir a nossa festa, como vem fazendo por anos, desta vez também quer cercear a liberdade de ir e vir dos cidadãos, direito que consta na Constituição, no inciso XV do art. 5º. Se um gremista comprar o seu ingresso e morar na Zona Sul, por exemplo, e quiser chegar direto ao Beira Rio, será proibido de entrar? Perceberam o absurdo? Foi com essas ameaças e arbitrariedade que o ponto de partida foi mudado.
Concentração
Então perguntamos se poderíamos nos concentrar no Olímpico e chegar ao local marcado meia hora antes do deslocamento. Esta hipótese também foi prontamente descartada. A ordem foi para que todos os torcedores cheguem à Secretaria de Segurança cerca de duas horas antes do deslocamento. E lá será "ofertada água e teremos banheiros à disposição". É interessante que se ressalte o bom trabalho feito pela BM nas últimas escoltas para o Beira Rio.
Futebol combina com churrasco e cerveja com os amigos, almoço em família, enfim, confraternização. Pois o MP também quer acabar com estes rituais antes do clássico. Os torcedores serão revistados na chegada à Secretaria, depois na entrada dos ônibus e por fim ao ingressar no estádio. Além de ficarem duas horas parados no pátio da Secretaria de Segurança.
Na ida e chegada ao Beira Rio, todos os ônibus terão que fechar suas janelas, além de desembarcar um por vez. Ou seja, se tu estiveres no quinto ônibus, terá que esperar os quatro primeiros desembarcarem antes de poder descer. Imagina a demora para desembarcar mais de mil gremistas que irão ao jogo. Com o calor que promete fazer e com todo mundo de janela fechada, fica bem claro que os torcedores são considerados animais e não apaixonados por um clube que possuem o direito de ir ao clássico de uma maneira minimamente digna.
Grêmio se mostra omisso
E como se posiciona o Grêmio nesta história toda? Até o momento, por mais que a Geral, reiteradamente, tenha sido solícita e dialogado de maneira respeitosa com a direção, sempre buscando o bem da instituição acima de tudo, o clube tem se mostrado omisso, não movendo nenhuma palha em favor da festa. MP e BM, em reuniões com a torcida, também manifestaram esta opinião, de que a direção deveria marcar posição de maneira mais contundente em todas estas questões.
A direção ainda desrespeita a sua torcida na questão do ponto de partida para o Beira Rio. Enquanto seus torcedores estarão fazendo, de forma imposta, sua concentração e saída na Secretaria Estadual de Segurança, o famoso "Cartolão", ônibus que leva os Conselheiros aos clássicos, sairá da Arena. Todos nós não somos, igualmente, torcedores do Grêmio e que merecíamos tratamento igual? Então não entendemos o motivo desta diferença. Que colocassem todos, torcedores, conselheiros, concentrados no Olímpico ou Arena.
Outro ponto controverso se refere a um termo de compromisso que será assinado por todos os gremistas que comprarem ingresso. O torcedor, de acordo com o termo, será obrigado a sair da Secretária de Segurança para o estádio, o que fere artigo da Constituição já citado anteriormente. Além de se responsabilizar patrimonialmente pela sua cadeira. Ou seja, os torcedores terão a missão de ser uma espécie de seguranças de seus próprios assentos, tendo que se preocupar mais com eles do que com a partida que pagaram para ver. Outra insensatez que cerca o Gre-Nal. Tudo isso foi incluído porque o rival foi denunciado no STJD, devido a falta de controle e segurança para os visitantes no último clássico no Beira Rio.
O clássico do próximo domingo é extremamente importante para conquistarmos a classificação para a Libertadores, o que afetará diretamente no planejamento para a próxima temporada. Não é de interesse da direção ter uma torcida forte na casa do maior rival? A torcida do Grêmio está sendo desrespeitada em todos os níveis possíveis neste Gre-Nal, que já começou. Quando que a direção vai fincar o pé e defender o seu maior patrimônio?
Para o setor da torcida mista, "Caminho do gol", shows e toda a estrutura por parte de clubes e autoridades. Para os apaixonados que seguem o Grêmio a toda parte, tratamento de gado. A Geral do Grêmio seguirá vivendo e respirando o Imortal. Mas, a cada clássico na casa do rival, com as medidas que citamos ao longo do texto, estão querendo desencorajar os gremistas de irem ao estádio. E fica a pergunta: se tu tratas um ser humano como bicho por várias horas seguidas, como espera que ele irá reagir? A cada dia que passa, o desrespeito ao torcedor vem aumentando. Pedimos à direção que intervenha nestes assuntos, que defenda a festa e seus torcedores, o maior patrimônio do clube.
Pedimos à direção que, ainda hoje, reflita sobre todos os absurdos impostos aos gremistas que pretendem ir ao clássico e chame as autoridades para um novo acordo, pois o atual prejudica a instituição Grêmio e seu maior patrimônio: os torcedores.
Geral do Grêmio
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