Em pouco mais de um mês, Yuri Mamute renasceu no Grêmio. De quase emprestado ao Cruzeiro, o atacante que se destacou no Sul-Americano pela seleção sub-20 agora esbanja confiança em campo e se firma como opção de velocidade para Felipão. E poderá até desbancar Braian Rodríguez contra o São José, neste domingo, 16h, em São Leopoldo.
Confira todas as últimas notícias do Grêmio
Embora tenha só 19 anos, Yuri já é velho conhecido da torcida. Nascido no bairro Rubem Berta, na Capital, despontou no grupo profissional aos 16 anos, em 2011, pelas mãos de Renato Portaluppi. Mas vive agora, quatro anos depois, sua melhor fase na carreira. O amadurecimento é evidente não só para quem o vê desfilar seus dribles e arrancadas na Arena, mas também para quem o conhece de perto.
Esperança de classificação do São José, Jô fez quatro gols no Grêmio
Sua mãe Valdirene, 48 anos, é só sorrisos ao falar do "nenê" Yuri. Coruja que só ela, agora também é avó. O neto Joaquim, nascido em 13 de fevereiro - cinco dias após o retorno de Mamute da seleção sub-20 -, mudou a vida de seu filho.
- Agora que ele é pai, amadureceu muito. Está desde os 12 anos no Grêmio e sempre foi muito cobrado. Até pulou etapas. Quando estava no juvenil, foi direto para o profissional. Ele não se sentia preparado, até ficava nervoso - diz dona Valdirene, também mãe de Roberson, Robert, Peterson e Natan, este último volante do time sub-19 do Grêmio.
Passe, movimentação e intensidade: os diferenciais de Lincoln
O crescimento do atacante também passa por sua esposa Stefani, também de 19 anos, que cursa enfermagem. De família evangélica, converteu Yuri à sua religião. A partir daí, Mamute tornou-se mais responsável. Foi morar com a mulher na casa dos sogros. Ficaram para trás os dias de guri. Agora, é pai de família.
- Ele ainda é meu bebê. Se pudesse, nunca deixaria ele sair de perto. Mas filho a gente cria para o mundo - derrete-se Valdirene.
Diogo Olivier: Mamute revive Barcos no Grêmio
Só que antes de se firmar no Grêmio, Yuri sofreu no Botafogo. Emprestado em junho no ano passado, viveu dias difíceis no clube carioca. Não só pelo mau momento da equipe, rebaixada à Série B ao final do Brasileirão, mas principalmente pelo atraso de salários. Sem a ajuda de seu empresário Jorge Machado e de amigos, não teria dinheiro para pagar o aluguel do apart-hotel em que morava na Barra da Tijuca ao final do mês.
- Ele é um guri com uma boa cabeça e teve emocional para suportar bem a pressão. Em relação aos salários, assim como todos nós, lamentava a situação. Porém jamais deixou de se dedicar - conta Vagner Mancini, técnico de Yuri no Botafogo.
Wianey Carlet: Mamute já é uma das melhores esperanças do Grêmio
Após "crescer na marra" no Rio de Janeiro, Mamute decidiu voltar a Porto Alegre. Antes, brilhou na vitrina da seleção sub-20 no Sul-Americano do Uruguai. Com boas atuações contra Venezuela e Paraguai, reafirmou a confiança do técnico Alexandre Gallo. Lembrou o Yuri que foi escolhido o melhor jogador do Torneio de Toulon em 2013 - o que lhe rendeu o apelido de "Mamutelli" de jornalistas italianos, ou "Balotelli brasileiro", em referência ao atacante do Liverpool.
- Pelo apelido de Mamute, as pessoas pensam que ele só tem força. Mas é técnico, rápido e de ótimo drible. Quando põe a bola na frente, é difícil o adversário tirar. Ele sempre se sentiu bem na seleção e agora está se encontrando no Grêmio - avalia Gallo.
Agora, sob o comando de Felipão, Yuri finalmente começa a mostrar o futebol que encantou os italianos. Desde que voltou ao Grêmio no Gre-Nal 404, em primeiro de março, teve boas atuações e incomodou os zagueiros adversários. E pode dar mais orgulho à sua mãe, que ainda não o viu em campo na Arena.
- Nos jogos em que fui, ele sempre ficava no banco. Agora quero realizar este sonho de ver ele jogar lá - sorri dona Valdirene.
Metamorfose
Em ascensão, Mamute deve substituir Braian contra o São José​
Em pouco mais de um mês, jovem atacante renasceu no Grêmio
Adriano de Carvalho
Enviar emailGZH faz parte do The Trust Project