Perder faz parte da rotina do Grêmio de Enderson Moreira. São três derrotas em três semanas. Queda em dois Gre-Nal e tombo em Florianópolis, na estreia do Brasileirão, contra um Atlético-PR construído às pressas, lotado de jovens e reservas. O solitário gol paranaense, de Dráusiio (foto abaixo, Charles Guerra/Agencia RBS) saiu de uma falha coletiva da zaga.
É difícil escolher a pior atuação das três. A deste domingo, em Santa Catarina, escancarou todos os problemas do Tricolor. Começou na escalação errada, passou por substituições equivocadas, entrou direto nas discretas atuações individuais dos principais jogadores do Grêmio.
A derrota do Gre-Nal está tatuada na testa de cada jogador gremista. Eles perderam a confiança, não conseguem acertar quatro passes em sequência, jamais atacam com perigo. A defesa estava desentrosada, o meio-campo não exibiu criatividade e o ataque foi de uma inutilidade tremenda.
Enderson Moreira está atrapalhado no leme. Escalou um time improvisado. Não encontra soluções para os seus dois principais problemas: defesas carente e ataque ineficiente. Terminou com três volantes na defesa, um na zaga e dois nas laterais. Tocou em todos os setores do time nos 90 minutos e não encontrou solução. A torcida gaúcha que foi ao Estádio Orlando Scarpelli cobrou o técnico. O chamou de burro na saída. Enderson, irônico, aplaudiu os torcedores.
O torcedor não exagerou. Mas a culpa não é só dele, embora tenha sido o principal. É preciso chamar os jogadores. Cobrar atenção e dedicação. Reclamar da direção, que quatro meses depois do começo da temporada ainda não buscou um atacante. Ninguém perde sozinho.
A viagem para Buenos Aires será tensa. A Libertadores é a única salvação de Enderson Moreira. O San Lorenzo, adversário de quarta-feira, é o time do Papa. Talvez nem a reza consiga ajudar os gremistas nas oitavas de final da Libertadores.