
Para o especial do aniversário de um ano da Arena, Zero Hora conversou com o presidente do Grêmio Fábio Koff. Confira:
Zero Hora - Qual a avaliação do primeiro ano de Arena?
Fábio Koff - Foi o período em que se procurou melhorar o contrato que estava firmado para que permitisse ao Grêmio abrir outras alternativas de receitas, vez que o Grêmio não participa da arrecadação da arrecadação da receita de jogos. Avançamos muito na negociação. Estamos em fase de concluir a negociação iniciada há cerca de 10 meses. Para isso, o conselho de administração requereu reunião do Conselho Deliberativo, que vai ocorrer no dia 4. O objetivo é que delibere sobre questões pendentes de soluções. A partir de então, entendo eu, da assinatura das alterações contratuais, as relações do Grêmio com a Arena tendem a se fortalecer. E não há outra alternativa. A Arena não vive sem o Grêmio. E o Grêmio, hoje, não vive sem a Arena.
ZH - Mas teve lucro ou prejuízo?
Koff - O Grêmio não participa da receita, tem uma participação restrita a 65% do lucro líquido apurado ao final de cada semestre. Na projeção dos técnicos, esses lucros serão favoráveis ao Grêmio a partir do sétimo ou oitavo ano. Antes disso, não.
ZH - Por quê?
Koff - Porque há o pagamento do financiamento. Cabe a atual administração buscar outros mecanismos de receitas, que não estejam, obrigatoriamente, ligadas à Arena. É o que estamos buscando.
ZH - A administração anterior reclama que atual gestão demora para se mudar, que não quer abraçar a Arena?
Koff - Porque a Arena não tem café, restaurante? O problema é nosso, somos empecilho? Não temos nada a que ver. A receita disso aí não é nossa. Mais do que abraçamos a Arena. O Grêmio leva conteúdo à Arena. A Arena sem o conteúdo do Grêmio não existe. O conteúdo da Arena é o futebol, é isso que levamos para lá. Essa é a obrigação do Grêmio.
ZH - Por que ainda não há lojas e restaurantes na Arena?
Koff - No que diz respeito a área do Grêmio, administrativa, depende de divisões e mobília. Estão previstos valores a serem recebidos nos termos da renegociação do contrato para que proporcione a migração para lá. Assinado o contrato, temos 90 dias para transferirmos todos os setores, quadro social e administrativo.
ZH - O novo contrato será assinado na quinta-feira, dia 5?
Koff - Não tem data, depende do Conselho Deliberativo. O atraso não foi decorrente de conflito de interesses. É que o contrato previa uma vistoria final para a troca das chaves. E esse trabalho técnico nos foi entregue no princípio de outubro. A partir dessa vistoria, alguns reparos foram feitos, atendidos prontamente pela OAS, alguns ficaram pendentes com prazo e compromisso para realizá-los. E o que não se encontrou solução, foi encaminhado para o Conselho Deliberativo.
ZH - O senhor está esperançoso de assinar em breve?
Koff - Contratamos auditoria capaz, contratamos advogado especializado no tema, contratamos empresas técnicas para efetuar vistorias, fez-se tudo o que era possível. O que não era possível fazer era inaugurar a obra em 8 de dezembro de 2012 e o Grêmio se mudar para lá em 2 de janeiro. Primeiro, porque a inauguração foi a título precário. Segundo porque foi feita sem a vistoria final prevista no contrato.
ZH - As obras do entorno preocupam?
Koff - Evidentemente que preocupa, não só as vias de acesso, mas o retrato de um quadro social muito triste, esgoto a céu aberto, zona pobre, abandonada pelo poder público.
ZH - Antes de assumir, o senhor disse que a Arena não era do Grêmio. Agora é?
Koff - Estamos brigando para que conste até na escritura pública que as benfeitorias edificadas naquele terreno sejam do Grêmio, que não era. Foi uma das condições da negociação. Se o velho tinha razão aquela outra vez, eu não sei, mas agora vai ter escritura pública, agora estou descansado.