Depois de perder o capitão Gilberto Silva, o Grêmio precisava de uma reposição que impusesse respeito. E conseguiu. Uma ligação de Vanderlei Luxemburgo e o zagueiro Cris, então no Galatasaray (TUR), se animou em deixar a Turquia e rumar para Porto Alegre, onde será peça chave no projeto de Libertadores do clube. Com larga experiência no futebol europeu, principalmente no Lyon (FRA), onde foi tetracampeão francês, o defensor já tem lugar assegurado entre os titulares do Grêmio. Para o início da Libertadores, dia 23 de janeiro, contra a LDU, terá Saimon, 21 anos, ou Vilson, 23, ao seu lado. No dia a dia, passa a experiência acumulada fora do Brasil. Aos 35 anos, Cris retornou ao Brasil após passagens por Corinthians, Bayer Leverkusen (ALE), Cruzeiro, Lyon (FRA) e Galatasaray.
Com perfil de líder e xerife, o zagueiro conta que espera um casamento bom com o Grêmio, já que se enquadra no estilo de jogador que os gremistas valorizam. Ele também fala das primeiras impressões de Porto Alegre, do perfil guerreiro adquirido pela sua formação no Corinthians, na força do elenco do Tricolor e nas chances de título do novo clube em 2013.
Confira os principais trechos da entrevista:
Como está sendo o período de adaptação em Porto Alegre?
Não conheço praticamente a cidade, estamos concentrados. Mas pelo que tenho conversado, é muito agradável, boa para se morar. A impressão está sendo boa, me adaptando bem aos companheiros. Sempre tem o começo meio tímido, mas conheço alguns jogadores, o que facilita a adaptação.
Qual a impressão da Arena do Grêmio?
É um estádio muito bonito. É um estádio que chama atenção quando você chega, de nível europeu mesmo. Claro que tem alguns ajustes, é o começo, mas é muito bonito.
É essencial ter um xerife, como você disse que chega para ser, para ser campeão da Libertadores?
O estilo do Grêmio é assim. Jogadores aguerridos, prontos para uma grande batalha. Nasci em um clube que sempre foi chamado do povo, que é o Corinthians. Estou preparado para esse desafio, é o meu estilo. Vou procurar dar meu máximo e mostrar a minha experiência. O grupo é bom, estamos nos preparando muito bem.
Você terá um companheiro jovem no Equador. Como passar essa sua experiência?
Com conversas, histórias. Dentro de campo, sempre estar falando, conversando. Tem que conversar sempre, zagueiro tem que falar bastante, zagueiro vê o jogo de frente. Tem que orientar os companheiros. Tem que falar, porque senão cai tudo em cima da gente. Zagueiro mudo não vai a lugar nenhum, precisa gritar. É um trabalho em conjunto, estamos vendo muito coisa. Temos condições de corrigir.
O Grêmio recheou o grupo de jogadores de Seleção (Dida, Cris, Zé Roberto, Elano, Fábio Aurélio). Vocês serão os técnicos em campo?
Acho que sim, vamos dizer que sim. Até porque são jogadores experientes, que já viveram várias coisas no futebol. O Vanderlei quer mesclar experiência e juventude. Vivemos coisas que os jovens ainda irão viver. É bom orientar para que eles vivam isso o mais rápido possível.
Que expectativa você tem para o jogo do dia 23 com a LDU?
A preparação está sendo bem feita. O empenho está muito bom, todos se doando ao máximo. Começo de temporada sempre é complicado. Mas o empenho está sendo importante. A preparação em Quito é muito importante, tem que ter preparação. O jogo não vai ser fácil, vai ser muito disputado. A LDU já tem um nome na Libertadores. Temos que estar preparados para tudo isso.
Esses jogos contra a LDU pedem uma superação?
O ano passado o Grêmio já fez uma grande temporada. Pecou em alguns detalhes. Hoje, o Vanderlei tem um novo projeto, com novos jogadores, isso pode ajudar. Temos um grupo de qualidade. São detalhes para ganhar alguma coisa, e é o que estava faltando ao Grêmio. Essa situação dos detalhes, com os experientes que estão vindo, pode mudar.