A paixão de infância determinou o rumo da história de José Carlos, de 83 anos. Se quando criança era por diversão que acompanhava o pai Carlos nos jogos, hoje é a trabalho que assiste a todas as partidas do São Luiz. Massagista do clube há quase meio século, não esconde o entusiasmo ao contar sua história com o Rubro.
— O futebol é a minha vida. Em todo meu tempo de clube, não perdi meio expediente, não cheguei uma vez atrasado — orgulha-se.
O primeiro capítulo de sua história com o São Luiz foi escrita há cerca de 45 anos. Determinado a viver o esporte, Seu Zé pediu ajuda a um amigo para iniciar sua trajetória no clube de Ijuí.
— Eu joguei futebol de salão com o doutor Pydd, que é médico do São Luiz, há 50 anos. Então, eu falei para ele: quero ser massagista. Ele arrumou um curso para eu fazer em Porto Alegre e, depois, comecei a trabalhar aqui — relembra.
O que eu não vou me esquecer nunca é o empate do São Luiz com a Seleção Brasileira lá no Beira-Rio
JOSÉ CARLOS
relembra o massagista do São Luiz
Neste período, pôde vivenciar diversos momentos do São Luiz: dos positivos aos negativos, de acessos aos rebaixamentos, passando por um dos capítulos mais marcantes da história alvirrubro.
— O que eu não vou me esquecer nunca é o empate do São Luiz com a Seleção Brasileira lá no Beira-Rio. Não demos um balão, só jogamos futebol. E quando terminou o jogo, enquanto íamos para o vestiário, umas 5 mil pessoas levantaram e aplaudiram o São Luiz. Isso eu não vou me esquecer nunca — conta, detalhando o jogo que ocorreu em 1991.
Ao longo dos mais de 45 anos que tem de clube, Seu Zé também pôde vivenciar as mudanças (e a evolução) do São Luiz. Como massagista, inclusive, tem outras funções nos dias de hoje.
'Seu Zé, tu vais ficar até quando no São Luiz?'. Eu respondi que vou ficar pelo menos mais uns 10 anos
JOSÉ CARLOS
massagista do São Luiz falando sobre aposentadoria
— Todos os dias (venho para o clube). Eu trabalho no gramado, preparo água, gelo, Gatorade, atendo alguma contusão, algum machucado, e se complica um pouquinho, já chamo o fisioterapeuta. Antigamente, eu fazia massagem do goleiro ao ponta esquerda. Mas hoje, ninguém mais faz massagem — detalha.
Mesmo com as mudanças na função, Seu Zé não esconde o entusiasmo ao fazer parte do dia a dia do clube. Apaixonado por futebol, ainda nem cogita a aposentadoria.
— Esses dias, veio um rapaz aqui e me falou: "Seu Zé, tu vais ficar até quando no São Luiz?". Eu respondi que vou ficar pelo menos mais uns 10 anos — resume, sorrindo.
É fazendo parte do clube que deseja ver os objetivos alcançados, a começar por uma boa campanha no Gauchão de 2025, em ano que ainda reserva a disputa da Série D. Um acesso nacional ficaria marcado na história do São Luiz e de Seu Zé.