Depois de construir uma trajetória vitoriosa nas categorias de base do Inter, que culminou com uma breve experiência como técnico interino no Brasileirão de 2019, Ricardo Colbachini se lançou de vez no futebol profissional.
Anunciado pelo Pelotas em meio ao Gauchão de 2020, o treinador comandou a equipe da zona sul do Estado nas últimas rodadas do Estadual e na Série D. A experiência fez com que o caxiense de 35 anos resolvesse permanecer na Boca do Lobo por mais uma temporada e, conhecendo melhor a casa, apostar em voos mais altos em 2021.
Participando efetivamente da montagem do elenco — inclusive, indicando alguns atletas da base da dupla Gre-Nal — o treinador viverá neste sábado (13), às 15h, o segundo teste antes do início oficial da competição. O adversário será o time de transição do Grêmio.
— A gente faz um jogo-treino agora contra o Grêmio, que é muito técnico e forte. No outro sábado, enfrentamos o Aimoré, no Cristo Rei, que é muito competitivo. E jogar em São Leopoldo é sempre muito difícil. São testes fortes, que vão nos preparar e dar uma casca para chegar bem no Gauchão — disse ele, em entrevista exclusiva a GZH.
Você teve propostas para deixar o Pelotas? O que te levou a permanecer na Boca do Lobo?
Tive algumas situações, mas preferi ficar no Pelotas porque acredito na continuidade. Acho que conseguimos manter uma base de oito jogadores que estavam conosco na Série D e isso nos coloca em uma sequência de trabalho. Acredito que isso seja importante para mostrar bons frutos.
Você chegou ao Pelotas em uma situação bem diferente. Com campeonato paralisado pela pandemia, time nas últimas posições da tabela... Agora você já está há mais tempo no clube. Quais os objetivos para este ano?
Ano passado, tivemos sete dias de treino, estávamos na última colocação e emendamos três partidas que faltavam em sequência. Esse ano está bem diferente. A gente está tendo um mês e 15 dias de preparação. Então, conseguimos passar conceitos e dar a nossa cara mesmo para a equipe. E tem atletas que estavam conosco na Série D. Isso vai nos ajudar bastante.
O Pelotas está se reforçando com jogadores que atuaram na base da dupla Gre-Nal. Já chegaram o volante Gazão e o atacante Wesley, do Grêmio. Também está negociando com o atacante Netto, que trabalhou na base do Inter contigo. Esses jogadores foram indicações suas?
Sim, são atletas que a gente conhece e gosta bastante. Tem o Thomas Luciano (lateral-direito) e o Thiago Rosa (lateral-esquerdo), que vieram do Grêmio também. Então, a gente agradece ao Grêmio, que está nos ajudando muito na montagem do elenco. São atletas qualificados, que vão nos ajudar bastante no campeonato. A gente está conversando com o Netto, que é um jogador muito rápido e muito agressivo, e esperamos resolver esta situação nesta semana ou na próxima.
Eu não esperava, mas naquele momento vários funcionários foram desligados por conta da pandemia
RICARDO COLBACHINI
sobre demissão do Inter em 2020
A estreia no Gauchão será contra o Novo Hamburgo, fora de casa, e, na segunda rodada, recebe o Inter na Boca do Lobo. Como vai ser este reencontro com o Inter? Guarda alguma mágoa por seu desligamento?
Não, pelo contrário. Na verdade, só tenho a agradecer. Trabalhei por duas oportunidades no Inter. Em 2009 e, depois, de 2013 a 2020. Eu não esperava (demissão), mas naquele momento vários funcionários foram desligados por conta da pandemia. Agora a gente olha para a frente e aproveita a oportunidade de estar em um clube grande como o Pelotas.
Do atual elenco do Inter, você trabalhou com muitos meninos e comandou os outros jogadores naquele período que ficou como técnico interino. Tem acompanhado a campanha colorada no Brasileirão?
Trabalhei com todos no início do ano, quando estava no profissional. E com todos os meninos. Com o Praxedes, com o Caio (Vidal) no Brasileirão de Aspirantes, com o próprio Peglow. É uma equipe muito bem organizada pelo Abel (Braga), muito bem treinada e muito competitiva. Acredito que está caminhando fortemente para conquistar este título.
Você obteve muito sucesso como técnico de categorias de base e agora se aventura como técnico de uma equipe profissional. É um caminho sem volta? Descarta voltar a trabalhar com equipes de base?
Meu objetivo é fazer carreira no profissional, tentar crescer no profissional nos próximos anos. A gente nunca descarta nada, porque trabalhar na base também é legal, contribuir na formação de atletas. Mas, no momento, meu foco está todo no profissional.