Houve um tempo em que o Campeonato Gaúcho era motivo de chacotas. Foi chamado de Ruralito e de Cafezinho. Era o primo pobre das demais competições, quase o último da fila em hierarquia. Talvez ainda seja. Neste ano, porém, em sua 97ª edição, o Cafezinho foi encorpado. Ficou mais caro e virou um daqueles programas de fim de semana em Gramado ou Canela: um Café Colonial. Ou uma espécie de Supercampeonato da República Rio-Grandense.
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Ao interesse de Caxias e de Novo Hamburgo, os outsiders da vez, se somou vivamente o de Grêmio e de Inter. Basta ver a postura da Dupla na semana de Libertadores e de Copa do Brasil. O Grêmio correu riscos em Assunção e mandou a campo contra o Guaraní um time com um mínimo de titulares e quase todo reserva. Empatou o jogo, voltou líder da chave e, o principal: sem baixas. O risco calculado deu resultado e a turma de Renato Portaluppi viajará com gana a Novo Hamburgo, a fim de apagar o 1 a 1 do jogo de ida na Arena e sair do Vale classificado à final do Estadual. Há uma questão de honra para o Grêmio em vencer o Gauchão desta vez: evitar o Hepta colorado.
Já do lado vermelho da força, o Estadual igualmente é a mina de ouro da hora. D'Alessandro foi preservado da partida contra o Corinthians. Se fosse uma final de campeonato, certamente teria atuado em Itaquera e participado da emblemática classificação nos pênaltis às oitavas da Copa do Brasil. Agora, o capitão irá ao Centenário, onde o Inter precisa de apenas um empate com o Caxias para seguir sonhando com o sétimo título em série. A não ser que Novo Hamburgo e que Caxias acabem com o sonho de gremistas e de colorados. A certeza que fica antes das partidas de volta das semifinais é que o Gauchão 2017 se tornou um título muito desejado por todos. Ganhou status de Campeonato Nacional do Rio Grande do Sul.
*ZHESPORTES