ACBF e Atlântico protagonizam, neste sábado (7), a final da Série Ouro de Futsal. Os times duelam a partir das 19h no Centro Municipal de Eventos Sérgio Luiz Guerra, em Carlos Barbosa.
Os donos da casa precisam vencer para levar à disputa à prorrogação, já que o time de Erechim venceu na ida, por 4 a 2. Se houver empate no tempo extra, o clube com melhor campanha na primeira fase, no caso a ACBF, fica com o título. O campeão conquista vaga para a Taça Brasil de 2025.
A partida será o encerramento do que a Federação Gaúcha de Futebol de Salão (FGFS) prometeu ser a "maior Série Ouro de todos os tempos", no início da temporada. Muito da afirmação, veiculada como slogan ao longo do ano, estava baseada no retorno de camisas "de grife" para a competição.
Foi o caso de times como Atlântico, Assoeva e ACBF, equipes que, nos anos anteriores, optavam por participar do Gauchão, promovido por outra entidade, a Liga Gaúcha de Futsal.
Russo Preto, de Não-Me-Toque, também ingressou na Série Ouro em 2024. A SER Alvorada era para ser uma das novidades, mas desistiu de participar em junho, por conta dos prejuízos causados pela enchente. O Atlântico disputou tanto a Série Ouro quanto o Gauchão.
O trio de bons filhos que a casa tornaram "passeou" na primeira fase. ACBF e Assoeva venceram 11 dos 12 jogos da classificatória, e o Atlântico, 10, liderando seus respectivos grupos do início ao fim. A equipe de Venâncio Aires caiu na semifinal, para o Atlântico. Ao todo, foram 21 times na competição.
Contudo, o fato de Atlântico e ACBF se classificarem com folga na fase inicial mesmo utilizado os grupos sub-20 em boa parte dos jogos — os elencos principais foram para as competições nacionais — levantou questionamentos sobre a qualidade técnica da Série Ouro. No mata-mata, ambos lançaram seus elencos principais em quadra.
Zero Hora conversou com o presidente da FGFS, Ivan Rodrigues dos Santos, para avaliar essa e outras questões sobre a Série Ouro. Leia abaixo.
ZH — Qual é a avaliação que o senhor faz da Série Ouro em 2024? Quais foram os pontos positivos e o que pode melhorar em 2025?
Ivan Rodrigues dos Santos — Desde que estou à frente da FGFS (2019), foi a maior Série Ouro de todos os tempos, mesmo com o desastre natural que tivemos, com as chuvas no nosso Estado, conseguimos contornar a situação e fazer uma excelente Série Ouro. Tivemos uma Série Ouro com clubes que se revelaram com muita força na competição. Também tivemos uma redução em acontecimentos graves junto ao TJD. Queremos conscientizar os clubes ainda mais que o futsal na FGFS está chegando em um nível de qualidade e que não temos mais espaço para discriminação e violência nos jogos. Também vamos buscar uma qualificação mais aprofundada dos oficiais de arbitragem.
ZH — Atlântico e ACBF foram equipes que voltaram para a Série Ouro em 2024 e, de certa forma, sobraram na competição, chegando com facilidade à final. O senhor acredita que houve um desequilíbrio técnico entre essas duas equipes e as demais participantes da competição?
Ivan Rodrigues dos Santos — Pelas estruturas que os dois clubes possuem, obviamente estão mais preparados. Mas a prova de que outros clubes estão também se preparando é a SER Santiago que, jogando com a ACBF, perdeu por detalhe em Carlos Barbosa na Copa RS (competição de mata-mata). A tendência para 2025 é que os outros clubes se estejam cada vez mais fortes para enfrentar ACBF e Atlântico.
ZH — Já há perspectiva de novas equipes ingressarem nos campeonatos da FGFS em 2025, assim como ACBF, Atlântico, Assoeva, Russo Preto e SER Alvorada fizeram em 2024?
Ivan Rodrigues dos Santos — Essa volta de clubes tem que ser muito bem estudada. Os clubes tiveram a oportunidade de ter voltado através da resolução da presidência deste ano. Todos os clubes são bem-vindos na FGFS, até porque a casa oficial do futsal no estado é a FGFS. Teremos que estudar uma maneira de volta dos clubes e já temos algumas soluções em vista. Tudo vai depender da quantidade de clubes que deverão retornar.
ZH — No próximo ano, a FGFS vai permitir que equipes disputem, ao mesmo tempo, a Liga e a Série Ouro, como foi o caso do Atlântico neste ano?
Ivan Rodrigues dos Santos — A FGFS não tem a gerência de proibir nenhum clube de jogar onde eles quiserem, não somos donos dos clubes, até porque isso soa como irregular. Sempre estivemos com as portas abertas para que os clubes retornassem. A FGFS, por ser a casa oficial do futsal, tem que mostrar aos clubes o quão em importante jogar na FGFS, pela qual eles podem chegar a competições de nível nacional e internacional. Eu acredito que os clubes já devem ter visto isso, de gastarem valores muito altos e somente pegar uma taça e voltarem para as suas cidades. Então, a escolha é deles, de não apostarem mais em jogar uma competição amadora.