O Vamo Dale vai pedir licenciamento da Série Prata em 2025. A equipe porto-alegrense já se credenciou junto à Liga Sul Riograndense de Futsal para disputar a Série Ouro da entidade a partir da próxima temporada.
A decisão de não participar mais das competições da Federação Gaúcha de Futebol de Salão (FGFS) foi confirmada nesta terça-feira (24) pelo presidente do clube, Rodrigo Paines. O principal motivo para o rompimento foi a exclusão do time do campeonato após um caso de injúria racial em que o fixo Jhonatan Silva teria sofrido nas quartas de final da Série Prata deste ano.
O jogador do Vamo Dale disse ter sido chamado de "macaco" por um atleta da AVF, de Manoel Viana, que jogava em casa a segunda partida da decisão, em 12 de outubro. A equipe visitante optou por sair de quadra após a confusão.
O Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) puniu o Vamo Dale com base no artigo 203 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que prevê a perda de pontos por deixar de disputar a partida "sem justa causa" ou "dar causa à sua não realização ou à sua suspensão". O atleta da AVF recebeu dois jogos de suspensão por conta da injúria racial.
— Até que haja uma mudança na Federação, não estamos mais dispostos a jogar em entidades que tenham essa atitude. A nosso projeto não pode compactuar com entidades que cultuam o racismo e preconceito pela cor, raça e religião — afirma Paines.
A Federação Gaúcha de Futebol de Salão (FGFS) afirma que o TJD é um órgão independente e que não tem gerência sobre os julgamentos.
De acordo com o presidente do Vamo Dale, o clube não migrou para a Liga Gaúcha de Futsal (LGF), que organiza o Gauchão, por exemplo, por conta do tamanho da quadra.
— Infelizmente, a Liga Gaúcha pede uma dimensão maior do que temos hoje. O tamanho mínimo de quadra mínimo da Liga C (a terceira divisão) é de 32 metros de comprimento por 18 de largura. No ginásio que utilizamos, em Canoas, o tamanho é 30 por 17 — acrescenta Paines.
O Vamo Dale passou a jogar no Ginásio do Faustão, em Canoas, após a estrutura do Sest Senat, na zona norte de Porto Alegre, ter sido invadida pela enchente em maio.
O presidente da Liga Sul Riograndense, o empresário Fábio Costa, diz que ainda vai verificar o real tamanho da quadra do Ginásio do Faustão. O dirigente diz que também exige o tamanho mínimo de 32 por 18 na Série Ouro. Caso não atenda à regra, o novo filiado precisará buscar um novo local para jogar.
A nova Liga
Fábio Costa conta que a entidade foi criada em 2016 e que, até este ano, realizou competições amadoras. A partir de 2025, segundo ele, as competições serão profissionalizadas. A sede da Liga fica em Passo Fundo, na Região Norte.
— As equipes vão jogar campeonatos por uma entidade que tem regras bem definidas, que, na sua maioria, treinam durante a semana. Não são equipes que vão reunir jogadores no fim de semana só para jogar um torneio e depois vão se desmobilizar — explica Costa.
O congresso técnico da Série Ouro, que deve ter a participação do Vamo Dale, está previsto para 10 de abril. O início da competição está previsto para 4 de maio.
Participantes da Série Ouro da Liga Sul Riograndense
- Atlético Sporting Gravataí (Gravataí)
- Associação Esportiva Clube Barcelona (Júlio de Castilhos)
- Associação Desportiva 7 de Setembro (Sobradinho)
- Associação Futebol Clube Virá Copos (Santo Cristo)
- AGEF (São Gabriel)
- Associação Esportiva Bola Bola (Canela)
- Associação Esportiva Santos FC (Três de Maio)
- Vamo Dale (Porto Alegre)
- Associação Esportiva Fênix (Mato Castelhano)
- Ale/Lago (Lagoa Vermelha)
- Santos FC (Lindolfo Collor)
- Futebol Clube Miraguaense (Miraguaí)
- SER Faxinal (Santa Cruz do Sul)
- Associação Desportiva Juventus (Rio Pardo)
- Filhéus FC (Antônio Prado)
- Associação Esporte Clube Arsenal Barraconense (Barracão)