Imaginem uma senhora, nas ruas de Buenos Aires, comemorando com bandeira e sendo saudada por outros torcedores. É assim que a vida de María Cristina, 76 anos, tem sido na Copa do Mundo. Ela virou um talismã para os argentinos e foi exaltada Argentina à fora. A popularidade é tão grande que até uma música é entoada para ela quando a encontram.
"Abuela la la la, abuela la la la", ressonavam dezenas de argentinos.
A Abuela (avó, em tradução para português) aparece sempre após os jogos da Argentina na Copa numa esquina de Vila Luro, ao lado do bairro de Liniers, em Buenos Aires, com a bandeira do país em mãos. O começo de tudo foi no jogo que garantiu a classificação para as oitavas de final, contra a Polônia. A senhora apareceu comemorando a vitória na rua, sozinha, com uma máscara para se proteger do coronavírus presa ao nariz pelos óculos.
Dali em diante, a comemoração ao lado dela ficou ainda maior. Conforme a Argentina avançava, mais torcedores se reuniam por "La Abuela" — contra a Croácia, uma multidão se juntou. Depois da vitória nos pênaltis contra a Holanda, ela deu entrevista para um canal de televisão.
— Esta mensagem é para você, Lionel (Messi). Você dá conta, porque te amamos, "la p*** madre". Você é um grande. Deus te abençoe, meu amor. Estou falando com a alma, "car***" — disse, emocionada, em meio a palavrões, após a vitória nos pênaltis contra a Holanda.
Tamanha é a loucura dos argentinos com o talismã, torcedores marcaram no mapa da cidade o ponto de encontro com "La Abuela". O desejo deles é que a sorte siga a favor da seleção de Lionel Messi no domingo, no Estádio Lusail, na final da Copa contra a França.