As danças dos jogadores do Brasil nas comemorações dos gols seguem gerando polêmica. Desta vez, quem se manifestou foi o presidente da Croácia, adversária da Seleção na próxima sexta-feira (9), pelas quartas de final. No Catar, onde assiste aos jogos da Copa do Mundo, o chefe de estado croata Zoran Milanovic criticou o gesto dos atletas brasileiros e disse que considera a dança um comportamento "inapropriado".
— O Brasil é um time forte, mas na noite passada, contra a Coreia do Sul, os jogadores brasileiros me decepcionaram na comemoração dos gols. Eu não gosto deste tipo de comportamento (dança) quando você marca um gol. Estes gestos e caretas soam como uma humilhação ao adversário. Eu considero inapropriado — disse Milanovic ao jornal esportivo croata Sportske Novosti.
Aos 56 anos, Milanovic está no cargo desde 2020, quando substituiu Kolinda Grabar-Kitarovic, que viralizou na Copa de 2018 ao viajar à Rússia pagando as passagens do próprio bolso para torcer pela seleção.
Vale ressaltar que, como a Croácia adota um regime parlamentarista, o presidente tem poderes limitados, restritos a algumas atividades relacionadas à política externa, e a chefia de governo é exercida pelo primeiro-ministro Andrej Plenkovic, que não se envolveu na polêmica.
As danças dos jogadores brasileiros já haviam sido criticadas na segunda-feira (5) pelo ex-jogador irlandês Roy Keane.
— Eu sei que tem o ponto da cultura, mas acho realmente desrespeitoso com o adversário. São quatro gols e eles fazem a dança toda vez. A primeira dancinha ou seja lá o que façam, tudo bem. Mas aí até o técnico se envolve. Não fico feliz com isso. Não acho nada bom — afirmou Keane, hoje comentarista na ITV, do Reino Unido.
As críticas do irlandês foram rebatidas pelos jogadores brasileiros.
— A dança é o símbolo, simboliza a alegria de marcar o gol. A gente não faz para desrespeitar, não vai na frente do adversário, não fazemos nada demais. A gente se reúne, pode olhar, todos estão ali. E a gente comemora, é o nosso momento, nós fizemos o gol, o Brasil comemora. Se ele não gosta, não tenho muito o que fazer por ele. Se fizermos o gol, vamos continuar comemorando — explicou o meia Lucas Paquetá.
O técnico Tite, que também arriscou alguns passos da "dança do Pombo" em um dos gols, também defendeu a celebração dos seus jogadores.
— Sempre tem os maldosos que vão entender como desrespeito. Falei para os atletas me esconderem um pouco, porque eu sei da visibilidade. Não queria que tivesse outra interpretação a não ser o sentido de alegria pelo gol, pela equipe, pela performance, pelo desempenho, pelo resultado — esclareceu o treinador.