
Separados geograficamente por uma estreita passagem de mar, Espanha e Marrocos se encontrarão no Catar, nesta terça (5), com pressões muito diferentes. Os africanos já igualam sua melhor campanha da história em Copa do Mundo, enquanto os europeus chegam às oitavas embalados para avançar e corresponder às expectativas criadas a partir do desempenho dos jovens talentos de sua equipe.
Caso os marroquinos vençam o time comandado por Luis Enrique, entrarão para a história por superarem a campanha no México 1986, quando perderam para Alemanha nas oitavas.
Nascido no país europeu, o lateral do PSG Achraf Hakimi fez o caminho inverso do visto em países como a França e escolheu atuar pela seleção africana pelo vínculo familiar, assim como o meia Ziyech, que frustrou os compatriotas holandeses. Eles são os líderes técnicos de uma seleção que conta com outros 12 atletas nascidos em outros países.
— É uma honra para mim estar aqui, em minha segunda participação em Copas do Mundo. Eu só quero continuar a fazer história. Vamos seguir com fé para que consigamos chegar aonde queremos. O mais importante agora é vencer a próxima partida e deixar todo o povo de Marrocos feliz e orgulhoso. É uma final para a gente. Por isso vamos tentar vencer, ir às quartas de final e fazer história — disse o goleiro Munir Mohamedi, outro que nasceu do lado espanhol do estreito de Gibraltar, que separa a Espanha e a Europa do Marrocos e da África.
Apesar dos diferentes níveis de estrutura e tradição dos dois países no futebol, o técnico espanhol Luis Enrique garante que fez seus atletas treinarem pênaltis à exaustão. Além de dizer que chegarão ao jogo desta terça “com mil pênaltis” batidos, pontuou essa diferença entre a campanha da Espanha, que marcou 9 gols nos três primeiros jogos, e a do Marrocos, que fez boas atuações mas foi tratada como surpresa em um grupo com a Bélgica.
— Temos uma ideia muito clara (de estilo de jogo), não vamos mudá-la em nenhum momento. Isso não significa que temos que dominar todo mundo o tempo todo. Jogamos contra outros países de alto nível. Marrocos é uma das seleções mais motivadas, fizeram uma fase de grupos espetacular. Mas nós somos muito bons — assegurou o treinador.
Marrocos e Espanha duelam a partir do meio-dia (horário de Brasília) desta terça-feira (6), no estádio Cidade da Educação, em Doha, pelas oitavas de final da Copa do Mundo.