Uma raridade da construção civil. É assim que o Catar enxerga o conjunto de ilhas artificiais, construído sobre o mar do Golfo Pérsico. Não à toa, o bairro de Doha é chamado de The Pearl, a pérola. E é dos mais luxuosos, ricos e balados de todo o país.
São quase 4 milhões de metros quadrados. Aqui, moram mais de 3 mil pessoas. A maioria, estrangeiros. Por isso mesmo, é um local onde se vive basicamente ao estilo ocidental. Não há restrição alguma de roupa para homens e mulheres. É onde se encontra com facilidade restaurantes chiquérrimos com cozinha internacional e hotéis com bebidas alcoólicas.
Grandes marcas do mundo, como Ferrari, Maserati, Rolls Royce, Gucci, entre outras, estão aqui. Joalherias, claro, não poderiam faltar. Assim como lanchas, iates e motos aquáticas, afinal, estamos falando de uma ilha. E não são quaisquer barcos. Alguns com mais de um andar, quartos, cozinha, banheiro. Já pensou um churrasquinho em alto mar, com o pôr do sol deslumbrante do Catar ao fundo e um mergulho pra refrescar o calorão? Ô coisa bem boa.
Falando em barco, no passado, era em muitos deles que os pescadores navegavam para buscar pérolas no mar do Catar. Há só 50 anos o país se tornou independente do Reino Unido e, na época, era um dos mais pobres do Golfo Árabe. O primeiro pilar econômico do emirado foi a extração de pérolas.
Além do bairro planejado, que é uma homenagem à história e à tradição, um monumento em formato de ostra, com uma pérola dentro, é mais um resgate histórico das raízes da região.
A joia brasileira no Catar
E se o mundo atravessa o oceano para buscar as pedras preciosas que se formam nas águas do emirado, o Brasil encontrou, em Caxias do Sul, a sua pérola. Preparada, polida, formada na Serra Gaúcha, até chegar à Seleção Brasileira.
Alex Telles fará seu 10° jogo hoje com a amarelinha, mas será sua primeira oportunidade como titular da equipe do técnico Tite nesta Copa do Mundo. O sonho, o projeto de vida do guri do interior do Rio Grande do Sul está se realizando. E o nosso lateral-esquerdo está prestes a navegar nas ondas do melhor momento da sua carreira.
— Como um marinheiro de primeira viagem, posso dizer que não tem nada igual. É um ambiente impressionante, a adrenalina é espetacular — disse em entrevista.
Depois desse mais sincero depoimento, de alguém que está vivendo a emoção da titularidade pela primeira vez em um mundial, só posso encerrar aqui trazendo uma frase que Fernando Pessoa tornou famosa: “Navegar é preciso. Viver não é preciso”.
Com toda a imprecisão de cada momento dessa jornada, o importante é saber viver. Aproveite muito essa chance, Alex. E boa sorte. Você é um orgulho para todos os gaúchos.