A melhora do futebol suíço, o histórico contra a seleção europeia e a arbitragem foram apontados pelo narrador Galvão Bueno, da TV Globo, como os pontos determinantes para o empate da Seleção Brasileira em sua estreia na Copa do Mundo. Em entrevista ao programa Sala de Redação, da Rádio Gaúcha, o locutor contestou a não utilização do árbitro de vídeo nos lances polêmicos da partida em Rostov, na Rússia.
— Para que existe o tal do árbitro de vídeo? Estamos aqui conversando, e o Arnaldo Cézar Coelho está tentando se explicar ali no Fantástico, gravando para o Fantástico para mostrar. Eu até agora não sei, e duvido que alguém me diga, se o árbitro de vídeo disser: "Vai olhar", se o árbitro é obrigado a olhar. Será que o juiz falou para ele "vai olhar"? Será que disse "não foi nada"? O pênalti é interpretativo, o lance do Miranda é um fato. Para que existe o tal do juiz de vídeo se ele não entra ali e diz: "Amigo, vai ali dar uma olhada". Eu não consigo uma resposta. Tentando mandar recado pro Collina (Pierluigi Collina, presidente do Comitê de Arbitragem da Fifa) para ver se vem uma resposta disso. Ninguém sabe se o árbitro de vídeo falou alguma coisa ou se ficou tudo na cabeça do juiz. Eu tinha certeza que ia dar lambança, e deu. Já deu lambança no jogo da França, já deu lambança no jogo da Espanha, e deu lambança agora de novo — destacou Bueno.
Para Galvão, a Seleção ainda tem espaço para recuperação em busca do hexacampeonato mundial.
— São cinco títulos mundiais, não são? Não é o fim do mundo, gente. Não é o fim do mundo. Em 1958, o Brasil empatou com a Inglaterra em 0 a 0, foi campeão do mundo. Em 1962 empatou com Thecoslováquia em 0 a 0, foi campeão do mundo. Em 1994, empatou com a Suécia em 1 a 1 e foi campeão do mundo. Tudo isso na primeira fase. Agora, podia acontecer isso. Agora não pode mais. Tem que ganhar da Costa Rica, tem que ganhar da Sérvia e depois não pode mais errar — alertou.
O narrador ainda comentou a atuação de Neymar:
— Não podemos dizer que ele jogou mal. Mas ele não foi o cara que decide. Ele não foi o cara que faz a jogada que decide o jogo. O jogador desse nível não pode pensar nisso (comparar atuações entre os grandes jogadores da Copa). O Cristiano Ronaldo foi demais, né? Mas o Neymar jogou bem. Não precisa driblar três e fazer o gol. Meteu uma bola no peito do Philippe Coutinho, que se desesperou de não ter feito o gol. Ele jogou, na média do time, bem. Não foi o cara que fez a jogada, o que se espera dele. Em algum momento, ele vai fazer a jogada que vai definir. Teve a chance no cabeceio, foi no meio do gol. A grande chance de gol do time do Brasil foi na cabeçada do Firmino que o Sommer fez uma defesa. Firmino cabeceou como manda o figurino, de cima para baixo, no chão, no canto, o goleirão pegou. O goleiro está lá para isso — completou.
A Seleção Brasileira terminou a primeira rodada dividindo o segundo lugar do Grupo E, com um ponto, atrás da Sérvia. Na sexta-feira (22), o Brasil volta a campo para jogar contra a lanterna Costa Rica, em São Petersburgo.