
As atenções da Fifa estão divididas. Ao mesmo tempo em que a entidade se ocupa com a organização da Copa do Mundo da Rússia, já projeta qual será a sede do Mundial daqui a oito anos. Nesta quarta-feira (13), uma votação determinará o vencedor entre uma candidatura tríplice da América do Norte (Estados Unidos, Canadá e México) e o Marrocos.
Inicialmente, países das confederações continentais da Europa (Uefa) e Ásia (AFC) foram proibidos de enviar candidaturas, já que Rússia e Catar são as sedes anteriores. Além disso, a Fifa criou uma série de pré-requisitos para os interessados.
Era necessário apresentar 72 alternativas para locais de treino (48 serão selecionadas), 72 hotéis para receber as delegações (48 serão selecionados), dois a quatro estádios que possam receber treinos, dois a quatro hotéis que podem receber treinos, um local e um hotel de treinos para as equipes de arbitragem, além de um estádio com 80 mil lugares para a final, questões de infraestrutura das cidades, itens de sustentabilidade, proteção ao ambiente e direitos humanos.
A votação final, na quarta-feira, envolve as 207 federações nacionais. Estes processos fizeram com que apenas as duas candidaturas sobrevivessem. GaúchaZH apresenta as duas concorrentes.
United 2026
A candidatura norte-americana surgiu liderada pelos Estados Unidos, que foi até a última rodada, mas perdeu para o Catar a chance de sediar o Mundial de 2022. Canadá e México aceitaram fortalecer as chances e, em 2016, começaram a negociar os detalhes. O grupo oficializou a candidatura junto à Fifa em abril de 2017.
Arrecadação
A Fifa não esconde que suas decisões passam basicamente por critérios financeiros. E, neste ponto, a América do Norte está na frente. A expectativa é que o Mundial americano arrecade entre US$ 11 bilhões e US$ 14 bilhões, contra US$ 5 bilhões da copa africana.
Infraestrutura
A entidade faz vistorias nos estádios e outras instalações de cada candidatura e dá uma nota até 5 para a infraestrutura. Os locais de EUA, Canadá e México receberam nota 4, enquanto os marroquinos ficaram com nota 2,7.
Estádios já prontos
As grandes ligas americana e canadense e a tradição do futebol mexicano facilitam a preparação norte-americana, porque 14 dos 16 estádios já estão prontos. Eles passariam apenas por algumas reformas básicas. No Marrocos, só seis estádios dos 16 estão prontos — alguns, inclusive, precisam ser erguidos do zero. A exigência por 16 estádios passou a ser feita porque o Mundial terá 48 seleções.
Experiência prévia
Os três países envolvidos na organização têm uma grande experiência na realização de eventos de futebol. Os Estados Unidos receberam a Copa de 1994 e as copas femininas de 1999 e 2003, além de ter seus grandes eventos próprios, como o Super Bowl.
O México recebeu as Copas de 1970 e 1986 e a Copa das Confederações de 1999, além do Mundial Júnior de 1983 e o Mundial Sub-17 de 2011. O Canadá sediou o Mundial feminino de 2015 e vários mundiais de base.
Mercado gigante
Somados, os três países têm um total de 500 milhões de habitantes — e um alto percentual consumidor de esportes. Além disso, a expectativa da organização é que 1 milhão de turistas vá até a América do Norte durante a Copa.
Estádios pré-selecionados
Rose Bowl (Pasadena, Califórnia, EUA) - 92 mil
MetLife Stadium (East Rutherford, EUA) - 82,5 mil
FedEx Field (Landover, Maryland, EUA) - 82 mil
AT&T Stadiun (Arlington, Texas, EUA) - 80 mil
Arrowhead Stadium (Kansas City, Missouri, EUA)
Sports Authority Field at Mile High (Denver, Colorado, EUA) - 76,1 mil
NRG Stadium (Houston, Texas, EUA) - 71,8 mil
M&T Bank Stadium (Baltimore, Maryland, EUA) - 71 mil
Mercedes-Benz Stadium (Atlanta, Geórgia, EUA) - 71 mil
Lincoln Financial Field (Filadélfia, Pensilvânia, EUA) - 69,1 mil
Nissan Stadium (Nashville, Tennessee, EUA) - 69,1 mil
CenturyLink Field (Seattle, Washington, EUA) - 69 mil
Levi's Stadium (Santa Clara, Califórnia, EUA) - 68,5 mil
Gillette Stadium (Foxborough, Massachusetts, EUA) - 65,9 mil
Paul Brown Stadium (Cincinnati, Ohio, EUA) - 65,5 mil
Hard Rock Stadium (Miami Gardens, Flórida, EUA) - 64,8 mil
Camping World Stadium (Orlando, Flórida, EUA) - 60,2 mil
Estádio Olímpico (Montreal, Quebéc, Canadá) - 61 mil
Commonwealth Stadium (Edmonton, Alberta, Canadá) - 56,3 mil
BMO Field (Toronto, Ontário, Canadá) - 45,5 mil
Estádio Azteca (Cidade do México, DF, México) - 87,5 mil
Estádio BBVA Bancomer (Monterrey, Nuevo Leon, México) - 53,5 mil
Estádio Akron (Guadalajara, Jalisco, México) - 46,2 mil
Marrocos
Os marroquinos tentaram receber a Copa do Mundo de 2010 quando a Fifa determinou que ela seria no continente africano, mas foram batidos pela África do Sul. Depois de aprimorar o seu projeto, Marrocos volta a tentar receber o evento. Sede do Mundial de Clubes em 2013 e 2014, o país também tem o histórico de receber competições oficiais da Confederação Africana de Futebol (CAF). A candidatura marroquina foi oficializada em agosto de 2017.
Logística
Enquanto a candidatura norte-americana envolve três países, uma área geograficamente muito abrangente, Marrocos é um país de tamanho médio no noroeste da África que exigiria um deslocamento menor entre as sedes. Para as delegações e turistas, as movimentações seriam mais curtas e rápidas.
Proximidade da Europa
Como fica no noroeste da África, Marrocos é vizinha de Espanha e Portugal. A proximidade geográfica com a Europa é considerada uma vantagem, já que os deslocamentos de boa parte dos consumidores do futebol seriam mais fáceis.
Fuso horário centralizado
Um grande problema de Copas em extremos é o fuso horário — quem não lembra dos jogos durante a madrugada na Copa do Mundo de 2002, na Ásia? Para os brasileiros, o Mundial na América do Norte seria favorável. Mas um fuso horário centralizado na África — e semelhante ao fuso europeu — seria benéfico para os outros continentes.
Novidade
Dos três países norte-americanos, só o Canadá nunca recebeu uma Copa do Mundo. Como a Fifa gosta de expandir as fronteiras do futebol — provas disso foram as escolhas por Rússia e Catar —, determinar o Mundial para um país inédito pode fazer sentido para os votantes.
Classificação do país-sede
A expectativa é que a Concacaf tenha seis vagas para a Copa de 2026. Dar vaga aos três países-sede ocuparia 50% deste total. Isso potencialmente faria a Fifa desistir de dar a classificação automática ou ter uma reação contrária dos países da América Central e Caribe. Por outro lado, a África terá nove vagas. Marrocos só ocuparia uma, uma decisão simples para os comandantes do futebol mundial.
Estádios
Grand Stade de Casablanca (Casablanca) - 93 mil (a construir)
Estádio sem nome (Casablanca) - 46 mil (a construir)
Stade de Marrakesh (Marrakesh) - 45,3 mil
Estádio sem nome (Marrakesh) - 46 mil (a construir)
Stade Moulay Abdellah (Rabat) - 52 mil
Stade Adrar (Agadir) - 46 mil
Stade Ibn Batouta (Tangier) - 65 mil
Fez Stadium (Fez) - 46 mil
Grand Stade d'Oujda (Oujda) - 45,6 mil (em construção)
Grand Stade de Tetouan (Tetouan) - 45,6 mil (em construção)
Grand Stade de Meknes (Meknes) - 46 mil (a construir)
Estádio sem nome (Nador) - 46 mil (a construir)
Estádio sem nome (El Jadida) - 46 mil (a construir)
Estádio sem nome (Ouarzazate) - 46 mil (a construir)