A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou nesta sexta (11) que Bruno Arleu de Araújo será o árbitro do Gre-Nal 443.
O carioca de 41 anos tem o escudo da Fifa e, desde que começou sua carreira, já apitou 296 partidas, conforme o site Transfermarkt.
Ele já apitou 25 jogos do Inter e 22 do Grêmio — as duas equipes estão no top 5 de clubes que Arleu já apitou. Apesar de ser bem conceituado no meio da arbitragem, o carioca foi afastado pela Comissão de Arbitragem da CBF no ano passado.
À época, Wilson Seneme tomou a decisão após a atuação polêmica do árbitro na vitória por 4 a 3 do Santos sobre o Goiás no Brasileirão. Arleu foi colocado no Programa de Assistência ao Desempenho da Arbitragem.
No entanto, em 2024, o juiz escolhido para o próximo Gre-Nal sofreu com decisões em partidas do Colorado e do Tricolor.
Reclamações coloradas
A escolha de Bruno Arleu de Araújo não agradou o Inter. Depois do vice de futebol, José Olavo Bisol, dar uma coletiva na manhã desta sexta em que disse que condicionamento públicos sobre árbitros não agregavam no jogo, a divulgação do nome do carioca fez com que Bisol falasse novamente sobre a arbitragem, agora em entrevista ao "Show dos Esportes", da Rádio Gaúcha, nesta sexta-feira (11).
— A gente não concorda com a arbitragem do Bruno, pois existe um histórico de acontecimentos. Pontuamos sobre a situação contra o Cruzeiro. Fizemos o registro, buscamos formalmente junto à CBF e imediatamente conseguimos uma reunião com a Comissão de Arbitragem, onde trouxemos todo esse contexto para o Seneme (presidente da Comissão de Arbitragem). E praticamente houve uma desconsideração de todo esse ambiente. Das ponderações que fizemos, imaginava que tivesse uma sensibilidade, mas minimizaram o contexto — disse.
Arleu foi o juiz do empate sem gols com o Cruzeiro, dia 28 de agosto, pelo Brasileirão. A partida foi marcada pela expulsão do zagueiro Rogel pelo pênalti cometido por Valencia e pelo rodízio de capitães no time do Inter.
A irritação dos dirigentes ficou evidente após o término da partida. Ao se dirigir para o vestiário da arbitragem, o árbitro carioca ouviu fortes cobranças do presidente Alessandro Barcellos e do vice de futebol José Olavo Bisol. No relato feito em súmula, o árbitro Bruno Arleu de Araújo disse ter sido chamado de vagabundo pelo presidente Colorado.
Confira o que foi relatado em súmula:
Após o termino do jogo, quando a equipe de arbitragem se dirigia ao vestiário, fomos abordados pelos senhores Alessandro Pires Barcellos, presidente do s.c. Internacional e José Olavo Rosa Bisol, vice presidente do s.c. Internacional, que de maneira ríspida e agressiva gritaram as seguintes palavras: Jose Olavo Rosa Bisol "você acabou com o jogo", "sem critério nenhum, sem critério nenhum". - Alessandro Pires Barcellos "o que você tem contra o Inter?" , "vagabundo!".
Os dois dirigentes citados em súmula foram denunciados pela procuradoria do STJD. O julgamento iria ocorrer na última quinta-feira (10), mas acabou cancelado. O zagueiro Rogel também seria julgado pelo cartão vermelho recebido na partida. Ainda não existe data para um novo julgamento.
O técnico Roger Machado também desaprovou a arbitragem de Bruno Arleu de Araújo no empate sem gols com o Cruzeiro.
— Você percebe a injustiça dentro de campo e se agiganta para não permitir que o jogo seja decidido pelos critérios de arbitragem. Se é árbitro jovem, a gente compreende. Mas esse árbitro (Bruno Arleu de Araújo) apita há muitos anos. Eu já falei em entrevista e afirmo novamente: não consigo entender o critério da arbitragem brasileira — afirmou o técnico Roger na ocasião.
Confira a súmula da partida
Expulsão de jogador do Grêmio
Em setembro, Arleu apitou o jogo que terminou em empate entre Bragantino e Grêmio, por 2 a 2, em Bragança Paulista.
Antes, apitou também a derrota tricolor por 2 a 0 para o Cruzeiro em Caxias do Sul. Na ocasião, expulsou Kannemann por falta em Ramiro, o que gerou reclamações dos gremistas.
O VAR não foi consultado, o que aumentou a polêmica acerca da decisão. Arleu explicou na súmula a expulsão da seguinte maneira:
"Por dar uma entrada, com as travas de sua chuteira, na altura do tornozelo direito de seu adversário, de número 17, sr. Ramiro Moschen Benetti, com uso de força excessiva, na disputa da bola. O atleta atingido foi atendido no gramado e continuou na partida. O fato ocorreu no campo de defesa da equipe mandante, próximo ao círculo central", escreveu.