Até hoje, Geromel e Kannemann foram parceiros de zaga em 137 jogos. Eles conquistaram, juntos, sete títulos com a camisa do Grêmio: Libertadores, Copa do Brasil, Recopa Sul-Americana, Recopa Gaúcha e três Estaduais. Tornaram-se, assim, uma das maiores duplas da história tricolor. Mas um feito que chama ainda mais atenção da torcida nestes cinco anos de parceira é a invencibilidade em Gre-Nais.
Foram 10 clássicos atuando lado a lado na defesa gremista desde 2016, ano em que o argentino chegou ao Rio Grande do Sul. Desde então, sempre que estiveram juntos em campo, foram motivo de segurança. Não à toa, já que o aproveitamento de Geromel e Kannemann em Gre-Nais é de 66,6%, com cinco vitórias e cinco empates. Com eles, o Tricolor nunca perdeu o clássico e, além disso, sofreu apenas três gols.
— Kannemann e Geromel são grandes jogadores. Eles são representantes da torcida dentro de campo. O Geromel tem habilidade e o Kannemann é um jogador muito valente, que não larga a presa. Quase sempre nas duplas de zaga de sucesso os dois se complementam, e é isso o que acontece com eles — destaca o uruguaio Atilio Ancheta, zagueiro do Grêmio na década de 1970.
Neste período, eles enfrentaram atacantes de ponta do lado colorado, como o peruano Paolo Guerrero e, nesta temporada, Thiago Galhardo, que é o artilheiro do Campeonato Brasileiro, com 16 gols. Ainda assim, Geromel e Kannemann tiveram vantagem. Tanto que Guerrero, em sete Gre-Nais, não conseguiu balançar as redes. Galhardo, em cinco clássicos, fez um gol, em cobrança de pênalti — mas a zaga, na ocasião, era formado por Paulo Miranda e David Braz.
A explicação para o sucesso da dupla gremista, na avaliação de Ancheta, está na imposição e no entrosamento que eles adquiriram ao longo dos anos, além, claro, da qualidade do restante da equipe.
— O grupo do Grêmio é muito competitivo. Os zagueiros dependem da ajuda do time todo. Mas acredito que eles, pela parceria de muito tempo, com sucesso, ficaram ainda mais fortes. Assim como se respeita atacantes como Guerrero e Galhardo, eles também respeitam zagueiros como Geromel e Kannemann. Ter uma dupla dessas intimida — garante o ex-jogador, que foi multicampeão pelo Nacional-URU e disputou a Copa do Mundo de 1970 pela seleção uruguaia.
Há cinco dias do clássico de número 429, ainda existe a dúvida se Geromel terá condições de atuar no domingo (24). Sem jogar desde a partida de ida da semifinal da Copa do Brasil, contra o São Paulo, em 23 de dezembro, por conta de uma lesão muscular, o capitão gremista deverá ficar de fora do duelo desta quarta-feira, contra o Atlético-MG, mas pode voltar a aparecer no fim de semana.
A liderança e habilidade de Geromel, aliadas à combatividade e imposição física de Kannemann, terão papel importante no Gre-Nal 429. Isso, obviamente, se eles jogarem. Pendurado, o zagueiro argentino poderá ficar de fora se tomar cartão amarelo contra o Galo. Mas, para Ancheta, ter os dois em campo daria ânimo e confiança ao Grêmio para seguir com a invencibilidade sobre o maior rival, que já dura 11 jogos:
— Eles são líderes dentro e fora de campo. Passam respeito, isso faz o time todo crescer. E clássico é um jogo que se ganha, também, na vibração, na parte emocional. Por isso, seria importante ter esses dois jogadores.
Geromel e Kannemann em Gre-Nais
- 10 jogos
- 5 vitórias
- 5 empates
- 3 gols sofridos
- 7 jogos seguidos sem sofrer gols
Os jogos
- 23/10/2016 – Grêmio 0x0 Inter – Arena – Brasileirão
- 4/3/2017 – Grêmio 2x2 Inter – Arena – Gauchão
- 11/3/2018 – Inter 1x2 Grêmio – Beira-Rio – Gauchão
- 18/3/2018 – Grêmio 3x0 Inter – Arena – Gauchão
- 12/5/2018 – Grêmio 0x0 Inter – Arena – Brasileirão
- 14/4/2019 – Inter 0x0 Grêmio – Beira-Rio – Gauchão
- 17/4/2019 – Grêmio 0x0 Inter – Arena – Gauchão
- 3/11/2019 – Grêmio 2x0 Inter – Arena – Brasileirão
- 22/7/2020 – Inter 0x1 Grêmio – Centenário – Gauchão
- 5/8/2020 – Grêmio 2x0 Inter – Arena – Gauchão