A confusão que atrasou em 34 minutos o início do jogo entre ABC-RN e Palmeiras, no último sábado, no Frasqueirão, em Natal, ainda está na memória dos jogadores. O goleiro Fernando Prass, capitão do Verdão, pediu que as autoridades se importem mais com a segurança do público do que com "detalhes que não têm tanta importância".
- Aquilo não pode ser considerado normal. No Brasil, se tapou o sol com a peneira por muito tempo, não pode. Me coloco no lugar, me imagino com meu filho lá. Às vezes as pessoas se atentam a detalhes mínimos, que não são de tanta importância, então precisam se atentar a esse tipo de coisa também - declarou o goleiro.
Ele também condenou as declarações de Roberto Fernandes, técnico do ABC-RN. Em meio ao tumulto, ele disse que "arena ainda não é filosofia de Campeonato Brasileiro" e que as pessoas não poderiam estar sentadas, porque "isso aqui não é Copa do Mundo".
- Ali a gente (jogadores) não tinha muito o que fazer, porque o segundo parecer do chefe de policiamento dava condição. Não tinha como eu, como capitão, dizer que não ia jogar. Até vi o treinador do ABC falando que não era Copa, que não era arena e não podia ficar todo mundo sentado. Acho que isso é querer distorcer o assunto, pô. Ninguém estava reclamando que tinha gente em pé no jogo. Estavam reclamando porque tinha criança sendo prensada na grade, bem na minha frente inclusive. Tinha mulheres chorando, criança de seis ou sete anos pulando alambrado de quase três metros - acrescentou Prass.
O arqueiro acredita que os jogadores devem se posicionar a favor de melhorias em todos os setores do futebol. Até por isso deixou sua assinatura no manifesto do Bom Senso FC, movimento criado por atletas que luta principalmente por mudanças no calendário brasileiro.
- Alguma coisa precisa ser feita há muito tempo. A gente não pode ficar só reclamando, sem fazer nada na prática. Resolvemos assumir a responsabilidade. Se as coisas derem errado com a nossa participação, não tem do que reclamar - completou.