Os donos das piores campanhas do returno até início da 26ª rodada mediram forças no Serra Dourada neste domingo. Único time que ainda não havia vencido no returno, o Flamengo tratou de impor a 14ª derrota ao Dragão, que permaneceu na lanterna do Brasileirão e, agora, também é o pior time da segunda fase do torneio.
Os 2 a 1 em Goiânia foram construídos pelo Rubro-Negro graças a duas assistências de Vagner Love para Cleber Santana e Liedson marcarem pela primeira vez com a camisa do Fla.
Agora, com 31 pontos o Flamengo se distancia da zona de rebaixamento, interrompe a série de sete jogos sem vencer e ganha fôlego para começar a semana em que enfrentará os dois primeiros colocados do Brasileirão. Antes de enfrentar o Fluminense, no domingo, terá o Atlético-MG, na quarta-feira, no Engenhão, em jogo que havia sido adiado do primeiro turno.
Já o Atlético-GO segue na 20ª colocação, com 20 pontos, e pegará o Náutico nos Aflitos, no sábado.
Contra o jejum de sete partidas sem vencer, Dorival Júnior apostava em um conjunto de novidades que não contemplava apenas o segundo jogo consecutivo de Adryan como titular. O recém-contratado Cleber Santana estreava no novo esquema, o 4-5-1, e Ibson herdava a braçadeira de capitão de Léo Moura, que estava suspenso.
A combinação desses fatores de caráter inédito, até então, parece ter dado um choque de ânimo no time. Nos cinco primeiros minutos, o Flamengo marcou a saída de bola do Dragão, fez rapidamente a transição da defesa para o ataque, mas não criou.
E o Rubro-Negro não só pecou na armação de jogadas como voltou a ter uma falha individual. Ramon, que já tinha o histórico de uma perda de bola que resultou em gol a favor do Internacional, voltou a levar a pior em uma dividida. Marcos, na vontade, ganhou do camisa 6 do Fla, a bola sobrou para Diogo Campos que deu assistência para Joílson. Eram 10 minutos e os donos da casa faziam 1 a 0.
Gol que ratificou os contornos dramáticos em torno da partida de dois times que lutam contra o rebaixamento. Um chutaço de Patric de fora da área defendido por Felipe e a bola que Marcos salvou em cima da linha após arremate da González nos minutos seguintes mostravam que prevaleceria até o fim a vontade em detrimento da técnica.
Extremamente desorganizado à frente, o Flamengo se sucumbia à marcação adiantada imposta pelo Atlético-GO e não conseguia tramar um lance sequer com o trio de meias formado por Ibson, Cleber Santana e Adryan. Enquanto isso, Love, isolado, tentava na base da raça ganhar sozinho a disputa com os zagueiros do Dragão.
Do outro lado, Patric era o principal jogador que oferecia perigo à mal posicionada e lenta defesa do Flamengo. Marcos, na base da correria, também tentava incomodar pelo lado direito, mas esbarrava em suas próprias limitações técnicas, principalmente nos cruzamentos.
Em meio a um jogo sem brilho, eis que Cleber Santana resolveu aparecer. Mesmo aos 31 anos, o camisa 88 conseguiu uma boa arrancada no meio que possibilitou a tabela com Vagner Love e o primeiro gol pelo Rubro-Negro, aos 35 minutos. Felicidade para o estreante e alívio para o time de Dorival Júnior ir para o intervalo, ao menos, sem estar em desvantagem.
Dorival Júnior não se deu por satisfeito com a nova aposta no 4-5-1. Para os 45 minutos finais, mais uma novidade. Adryan, que quase não foi percebido em campo no primeiro tempo, foi sacado e deu lugar a Liedson.
O Flamengo, naquele momento, passava a ter dois atacantes para aproveitar as chegadas de Ibson e Cleber Santana. E no 4-4-2 e com um time mais encorpado à frente, os comandados por Dorival tentariam conseguir a primeira vitória no returno.
O enredo planejado, inicialmente, não foi seguido à risco. Apesar de o time ter ganhado mais solidez à frente, o Flamengo deixava muitos espaços nas laterais. Wellington Silva e Ramon não conseguiam marcar as subidas de Marcos e Eron. Assim, o Atlético-GO chegava rapidamente ao campo defensivo rubro-negro, diminuindo a posse de bola da equipe de Dorival Júnior.
Bastaram 18 minutos e um ataque do Dragão que quase resultou em gol de Rayllan para o treinador do Flamengo voltar a promover mudanças na formação. Sem pestanejar, Dorival abdicou do único volante de marcação, Cáceres, para apostar pela vez em Bottinelli.
Só aos 20 minutos, então, que o treinador pôde ter alguma resposta às mudanças feitas. Vagner Love não contava com a colaboração de Gilson que tentou proteger a bola, mas perdeu. O artilheiro rubro-negro na temporada, por sua vez, apareceu novamente como assistente para servir, agora, Liedson. Foi o primeiro do Levezinho pelo Flamengo.
O gol da tranquilidade também serviu para provocar, minutos depois, a entrada de Amaral no lugar do Ibson. Dorival Júnior recompôs a formação atrás para segurar o resultado e não desafiar o momento ruim do time no Campeonato Brasileiro.
A aposta passava a ser nos contra-ataques e/ou nas falhas individuais do Atlético-GO. A zaga do Dragão voltou a literalmente entregar algumas bolas providenciais e em uma delas Vagner Love quase ampliou.
O principal assistente do jogo teve ainda a oportunidade de se consagrar com o seu gol. O pênalti feito por Dodó em Bottinelli aos 37 minutos, porém, não foi convertido pelo Artilheiro do Amor que parou em Márcio. Vitória conseguida na base da emoção com direito a gol perdido por Vagner Love embaixo do travessão com Márcio já batido aos 44 minutos.
Goiânia
Com assistências de Love, Flamengo volta a vencer e respira no Brasileirão
Estreante Cleber Santana marcou o primeiro gol da equipe rubro-negra na partida
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