
O Brasil se tornou um dos protagonistas da Fórmula 1 na década de 1970, com as conquistas de Emerson Fittipaldi. O país ficou ainda mais forte nos anos 1980, com grandes momentos e títulos de Nelson Piquet e Ayrton Senna. A década de 1990 foi de luto pela perda de um grande ídolo. Por isso, os anos seguintes foram de esperança e busca por novo herói.
Pelas mãos de Rubens Barrichello e Felipe Massa passaram as principais chances no início do século. Porém, sem o desejado título. Apesar disso, o público brasileiro não abandonou a principal categoria do automobilismo.
Desde 2017, o Brasil não contava com um piloto no grid. Foi em 2025 que voltamos a ser representados, com a chegada de Gabriel Bortoleto. Ânimo para fãs, especialistas e profissionais que trabalham com a Fórmula 1.
— Existe um interesse e uma demanda muito grande pela Fórmula 1, e muito disso, acredito eu, deve-se ao fato de ter um piloto brasileiro de volta ao grid — explica Francisco Mattos, diretor executivo da categoria no Brasil.
O gaúcho, natural de Porto Alegre, que exerce o cargo desde 2020, foi palestrante do Gerdau Innovation Day, evento realizado no Instituto Caldeira, na Capital, nesta terça-feira (8).
O dirigente, que é o responsável pelo Grande Prêmio de São Paulo, conta que a procura por ingressos para o evento aumentou após o anúncio do brasileiro.
— Nós esgotamos os ingressos em apenas quatro minutos, e o Gabriel nem havia sido anunciado ainda. Depois da confirmação, ainda tinham dezenas de milhares de pessoas conectadas na fila buscando ingressos — diz o diretor executivo.
Em 2025, o GP de São Paulo ocorrerá entre 7 e 9 de novembro, e a expectativa é de 300 mil pessoas durante os três dias, assim como foi nos últimos anos.

Planos para o fã gaúcho
Durante a conversa com a reportagem de Zero Hora, Mattos trouxe o dado de que 75% do público no GP de São Paulo é formado por turistas de fora da cidade. E o Rio Grande do Sul está entre os cinco estados do Brasil que mais levam fãs para o Grande Prêmio.
— Apesar da F1 ser um evento de vocação turística, um dos nossos desafios é como levar um pouco dessa experiência para fora de São Paulo, não só através de conteúdo, de plataformas, de editorias, mas com experiência — explica.
Apesar de não ter nada concreto, as equipes e as marcas que trabalham em conjunto com a categoria durante o GP de São Paulo costumam preparar algumas atrações. Nesta semana, uma réplica de carro de Fórmula 1 está exposta no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre.
Expectativa de corrida boa no Brasil
A temporada 2025 da F1 já está em andamento, com três etapas já disputadas, e a próxima no Bahrein, neste final de semana. A expectativa é de que a disputa pelo título mundial de pilotos seja equilibrada até o final das 24 provas programadas.
O atual tetracampeão mundial Max Verstappen, da Red Bull, deve batalhar contra os pilotos da McLaren, Lando Norris e Oscar Piastri, pelo título. O GP de São Paulo, que será a 21ª etapa da temporada, costuma entregar entretenimento e boas disputas.
— Eu sempre gosto do campeonato chegando aberto aqui (no Brasil). Por outro lado, a gente sabe que cada Grande Prêmio é uma competição à parte. Acho que essa temporada será bastante equilibrada. A McLaren vai ter supremacia no Mundial de Construtores. Mas o Max, por ser um piloto brilhante, vai vender caro o título de pilotos e levará essa briga até o final — opina Mattos.