
O grid da Fórmula 1 em 2025 está de cara nova. Após uma temporada sem mudanças, a disputa, que começa no dia 16 de março em Melbourne, na Austrália, e vai até 7 de dezembro, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, promete ser intensa nas 24 etapas programadas.
Zero Hora preparou um infográfico especial para que você saiba mais sobre as equipes e os pilotos que disputam a temporada 2025. Veja a seguir.
Último ano antes de troca nas regras
Este será o último ano de um regulamento que prometeu aproximar mais as equipes — e de certa forma conseguiu nas voltas finais da sua existência. Agora, já de olho nas novas regras de 2026, as escuderias promoveram mudanças.
Volta de um brasileiro

Serão cinco jovens pilotos assumindo a titularidade, além de cinco mudanças de equipes. A temporada de 2025 estará marcada pelo retorno de um brasileiro ao grid, desde 2017, com Gabriel Bortoleto na Sauber. Além disso, a presença de Lewis Hamilton na Ferrari promete ser impactante para a F1.

Nas regras, poucas modificações, mas duas valem ser ressaltadas. Primeiro, o ponto dado para a volta mais rápida da corrida não existe mais. Entre 2019 e 2024, o piloto que terminasse no top 10 e fizesse a melhor volta da prova, ganhava um ponto no campeonato.
A segunda diz respeito à classificação. A partir de 2025, caso os comissários concluam que é impossível realizar uma sessão de classificação, o grid de largada será definido com base na classificação do Mundial de pilotos.
Para ficar de olho
McLaren

A atual campeã do mundial de construtores chega para 2025 com expectativas de repetir o feito, além de consagrar um dos pilotos como campeão. São nove títulos conquistados pela escuderia que carrega uma das histórias mais bonitas da F1.
A hierarquia entre os pilotos é uma incógnita na McLaren. Lando Norris é o mais experiente e, na teoria, teria a preferência da equipe. Ele foi o vice-campeão mundial em 2024, tendo oportunidades de criar uma disputa com Max Verstappen.
A outra opção é Oscar Piastri. O australiano, que venceu a F3 e a F2 de formas consecutivas, diz estar preparado para brigar pelo título da F1. Ceder para o companheiro não parece ser uma opção, e a disputa entre os dois promete ser eletrizante.
Ferrari

A mais tradicional da F1. O carro vermelho da escuderia italiana é marcante para os fãs do automobilismo. A equipe é a maior campeã de construtores, com 16 conquistas. No entanto, não vence desde 2008, acumulando um retrospecto de 17 anos.
Para tentar encerrar com a seca, a Ferrari contratou o heptacampeão mundial Lewis Hamilton, que chega com expectativa para brigar pelo seu oitavo título. Após anos vitoriosos na Mercedes, o britânico de 40 anos — dono de diversos recordes — ainda pode entregar emoção para a F1.
Para Hamilton entrar, Carlos Sainz saiu. Quem permanceu foi Charles Leclerc. O monegasco, que antes era tido como a promessa de títulos para a Ferrari, agora fica em segundo plano. Será a chance para que Leclerc tire a pressão das costas e mostre resultados.
Red Bull

Após dominar o campeonato de construtores por dois anos, a equipe austríaca não conseguiu o tricampeonato em 2024. Isso ocasionou a saída do mexicano Sergio Pérez, que destoou de Max Verstappen na pontuação.
O holandês, que conquistou o tetracampeonato mundial de pilotos, vai em busca do quinto consecutivo. Mas sabe que a concorrência será maior desde o início da disputa.
No lugar de Pérez, a aposta foi no neozelandês Liam Lawson. Ele terminou a temporada passada pela Racing Bulls e foi promovido para a equipe principal do Grupo Red Bull.
Mercedes

A saída de Lewis Hamilton obrigou as Flechas Prateadas a realizarem mudanças. Sem título desde 2021, a Mercedes busca se ajustar para o futuro, apostando no jovem italiano Andrea Kimi Antonelli. A resposta não deve ser imediata, com expectativas no novo regulamento de 2026.
O principal piloto é George Russell. O britânico deixou de ser uma aposta e precisa se provar como uma realidade para brigar por títulos. Ele equilibrou os duelos contra Hamilton nos dois últimos anos, mas espera-se mais.
Antonelli chega com status de futuro campeão mundial. Contudo, sua passagem pela F2 em 2024 foi distante de brilhantismo. Ele tem 18 anos e ainda precisa evoluir aspectos mentais. A temporada de estreia na F1, sem peso de briga por título, pode ser importante para o desenvolvimento.
Aston Martin

A equipe britânica vai para mais uma temporada da F1 sonhando com grandes resultados. Contudo, desde que retornou à categoria, ainda não conseguiu concretizar o alto investimento. Contratações de engenheiros renomados foram feitas, mas as melhorias deles só devem aparecem a partir de 2026.
Enquanto isso, o bicampeão Fernando Alonso segue na busca pelo tão sonhado tri. Com 43 anos, o espanhol acredita que pode ter bons resultados, ainda mais com um grid que rejuvenesceu.
Seu companheiro de equipe é Lance Stroll, o filho do dono. Sua permanência na F1 segue sendo contestada, visto que pilotos mais talentosos poderiam estar ocupando o assento da Aston Martin, como o brasileiro Felipe Drugovich, que vai para mais uma temporada como piloto reserva da escuderia.
Alpine

Mudanças na Alpine estão sendo realizadas com o retorno de Flávio Briatore. O polêmico dirigente almeja vitórias em breve e conseguiu estabilizar a equipe francesa, que vivia uma grande crise. Uma das mudanças foi na dupla de pilotos para 2025.
Pierre Gasly segue como referência na Alpine e deve ser o nome principal do projeto nos próximos anos. Já sendo um dos mais experientes do grid, o francês tem boas chances de ser uma figura frequente na zona de pontuação.
A novidade fica com Jack Doohan. O australiano de 22 anos recebeu a oportunidade de ser titular da equipe. No entanto, a pressão nele já é grande, principalmente de Briatore, que tem certa preferência pelo argentino Franco Colapinto, atualmente reserva.
Haas

A Haas é outro projeto que ainda não conseguiu alcançar o caminho das vitórias. No entanto, a escuderia dos EUA realizou mudanças para a temporada 2025. Saíram os experientes Nico Hulkenberg e Kevin Magnussen, para dar lugar a uma promessa e a outro piloto que já está afirmado no grid.
Este é Esteban Ocon, francês que foi preterido pela Alpine e apostou na Haas como oportunidade de desenvolvimento para sau carreira. Vencedor de um Grande Prêmio na carreira, Ocon ainda deve ter bons anos na F1.
A promessa é Ollie Bearman, de 19 anos, que aproveitou bem as oportunidades que teve em 2024. Ele correu uma prova pela Ferrari e foi bem, além de chances na própria Haas, que lhe rendeu um contrato. O britânico não chega com tantas expectativas, mas precisa mostrar resultados para atrair equipes maiores no futuro.
Williams

A escuderia britânica, dona de nove títulos de construtores, quer recuperar os tempos de glórias. Para isso, a equipe está investindo em melhorias na sua fábrica, além de mudanças de engenheiros. Contudo, a principal alteração foi em um dos cockpits.
Carlos Sainz chega para liderar a Williams nesse projeto ambicioso. O espanhol ficou sem espaço na Ferrari e não conseguiu vaga em nenhuma outra equipe do primeiro pelotão. Entretanto, sua chegada pode elevar o nível da escuderia.
Para ajudá-lo, Alexander Albon segue como piloto. Ele já vem tendo um papel importante no desenvolvimento dos carros. Porém, nos últimos anos vinha sendo o principal nome da equipe. Agora, terá de lutar contra Sainz por esse posto.
Sauber

Esta será a última temporada da Sauber na F1. A partir de 2026, a Audi controlará a equipe e estampará sua marca. Apesar disso só ocorrer oficialmente na próxima temporada, as mudanças realizadas em 2025 têm influência da escuderia alemã.
A ideia foi trazer dois novos pilotos, para os lugares de Valtteri Bottas e Guanyu Zhou. Um mais experiente, caso de Nico Hulkenberg, que vai para sua 14ª temporada na F1. Ele chega para ajudar no desenvolvimento do projeto e do novo companheiro de equipe.
A ideia também foi apostar em uma grande promessa. O brasileiro Gabriel Bortoleto, campeão da F3 e da F2, de forma consecutiva, chega com altas expectativas na F1. Este primeiro ano será de adaptação e aprendizado.
Racing Bulls

Por fim, a Racing Bulls segue como equipe satélite da Red Bull. Com objetivo de desenvolver jovens talentos, a escuderia realizou uma mudanças na dupla de pilotos.
Yuki Tsunoda segue com uma das vagas, mas esta deve ser sua última temporada na equipe. A não promoção para o time principal frustrou os planos do japonês, que deve abraçar um novo projeto em 2026.
A novidade é Isack Hadjar, que foi vice-campeão da F2 em 2024. O francês tem velocidade, mas perdeu o campeonato para Bortoleto por conta de erros e falta de consistência. Potencial pode ser aprimorado ao ganhar experiência na F1.
Calendário e circuitos de 2025
A temporada 2025 terá 24 etapas, e seis delas serão sprint. Além de São Paulo, China, Miami, Bélgica, Estados Unidos e Catar terão corridas mais curtas no sábado.
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O que esperar da temporada
A disputa pelos títulos promete ser equilibrada e com vários candidatos. Zero Hora conversou com analistas da F1 e questionou quem brigará pelos títulos de pilotos e de construtores em 2025, além do que esperar pelo desempenho de Gabriel Bortoleto, em seu ano de estreia.
Juliane Cerasoli, colunista de F1 do UOL Esporte
— Colocaria nesta disputa pelo título os dois pilotos da McLaren, Norris e Piastri, os dois da Ferrari, Hamilton e Leclerc, além de Verstappen, da Red Bull. Já nos construtores, acredito que essas três equipes disputam o título, com a Mercedes correndo por fora. Sobre o Gabriel, a equipe não tem motivo para investir muito neste ano, pois é uma fase de transição para a chegada da Audi. Ele tem que pensar a longo prazo e aprender.
Felipe Giaffone, comentarista de F1 da Band e piloto de outras categorias
— Parece que a McLaren está com um carro melhor, principalmente com o Norris, mas nada comparado ao domínio da Red Bull do Verstappen no ano passado. A Ferrari deve brigar também com o holandês. Nos construtores, a McLaren deve sair na frente, ainda mais com dois pilotos bons. Mas, acredito que a gente possa ter um dos campeonatos mais equilibrados dos últimos anos, por ser final de regulamento. Tudo para ser um ótimo ano. Já o Bortoleto, ele vai ter que focar, do lado do Hulkenberg, que é um cara experiente e rápido, é uma referência muito boa para ele. Se o brasileiro conseguir andar igual ou um pouco melhor, terá grandes chances de seguir um caminho forte.
Nicholas Lyra, editor de Zero Hora e comentarista do Paddock Gaúcha, podcast de automobilismo do Grupo RBS
— Os dois pilotos da McLaren, muito puxado pelo desempenho da equipe em 2024, quase conseguiram isso, mas as brigas internas atrapalharam, porém provaram que podem ser rápido. Muita expectativa com a Ferrari e o que a equipe entregará para Hamilton. Acredito que a escuderia vai entregar um carro para ele brigar, assim como o Leclerc. O Verstappen é o cara a ser batido, pelos títulos nos últimos anos. E temos a expectativa pelo Gabriel Bortoleto também, quem sabe chegar a alguns Q2 e andar na frente do seu companheiro de equipe.