
Montar um carro de Fórmula 1 é um trabalho complexo, que exige muitas mentes projetando e mãos executando. Aerodinâmica, chassi, saída de ar e outras características devem ser projetadas e revisadas diversas vezes para tirar o melhor desempenho do carro. Contudo, tudo isso precisa respeitar o regulamento proposto pela Federação Internacional de Automobilismo (Fia) e uma das principais regras diz respeito ao peso.
Todas as equipes precisam obrigatoriamente ter carros com um peso mínimo de 798 quilos, pré-estabelecidos pela categoria antes da temporada começar. Esse valor é medido após a corrida, quando o carro já esgotou todo o combustível. A capacidade total de combustível em um F1 é de 110 quilos, o que significa que no início de uma corrida, com o piloto e uma carga completa de abastecimento, o carro pesará pelo menos 908 quilos.
A Fia estabelece como regra que um piloto deve pesar no mínimo 80 quilos. No entanto, grande parte não chega a ter esse peso. Caso tenham menos, a diferença é preenchida com lastro, o qual é adicionado no cockpit para que não possa ser colocado em outro lugar do carro para melhorar o equilíbrio. O valor também inclui o capacete do piloto, macacão e sapatilhas para que eles não tenham como objetivo pesar exatamente 80 quilos.
Na teoria, quanto menos peso o carro tem, mais rápido ele anda, e esse é um dos segredos que a Red Bull consegue por em prática. A equipe austríaca vem dominando a F1 nas duas últimas temporadas e consegue trabalhar com o carro tendo o peso mínimo.
Claro que não é apenas isso que faz a diferença, mas ajuda no desenvolvimento de novas peças, uma vez que o peso já está batido. A Ferrari, por exemplo, é uma das equipes que mais evoluiu de 2023 para 2024. Um dos motivos foi conseguir alcançar o peso mínimo. No último ano, a escuderia italiana corria com seis quilos a mais do que tem hoje em dia.
Segurança
É verdade que os carros aumentaram de tamanho e de peso ao longo dos anos. Isso se deu principalmente para aumentar a segurança dos pilotos.
O halo, por exemplo, foi implementado na F1 em 2016, colocando mais sete quilos nos carros. Atualmente, ele pesa em torno de nove quilos, mas essa proteção feita de titânio já ajudou a salvar muitas vidas.
Pintura
Por mais que estejam mais pesados, a Fórmula 1 também conseguiu desenvolver tecnologias para os carros ficarem mais rápidos. Nesse sentido, as equipes buscam tirar o melhor desempenho possível, mesmo que isso custe na estética. Uma das ações mais realizadas nos últimos anos envolve a pintura.
Algumas escuderias estão evitando pintá-los e mantendo apenas o carbono junto dos adesivos contendo os patrocinadores. Essa alternativa vem sendo implementada pelas equipes que não conseguem atingir o peso mínimo e precisam tirar as cores em troca de desempenho.