
A missão de nove entre as dez equipes da Fórmula 1 em 2024 é chegar no patamar da Red Bull Racing, atual campeã do mundial de construtores e que tem o tricampeão Max Verstappen como referência. Após os testes de pré-temporada no Bahrein, algumas escuderias mostraram melhorias, mas será que são suficientes para alcançar a equipe austríaca?
Foram três dias de atividades no Circuito Internacional do Bahrein, onde ocorrerá o primeiro Grande Prêmio de 2024, no dia 2 de março. Os tempos, apesar de importantes para se ter uma noção, não mostram a realidade de cada carro. Há equipes que estão escondendo o jogo e devem chegar com mudanças já para a primeira etapa do campeonato.
Durante o primeiro dia de testes, Verstappen sobrou com seu RB20 e já deu uma amostra do que pode vir a ser a temporada. No segundo dia, a Ferrari conseguiu bom tempo com Carlos Sainz, que liderou os testes sem a presença do tricampeão mundial. Ainda na última atividade, a equipe italiana voltou a ficar em primeiro, com Charles Leclerc. Verstappen ficou em quarto, mas elogiou o desempenho do RB20.
— Hoje, nosso plano não era focar nos tempos de volta. Acho que o mais importante era fazer as jornadas longas e obter um entendimento maior sobre o carro. Então focamos nisso e, honestamente, acho que tudo pareceu positivo. Estou bem feliz com o carro e como ele se comportou — elogiou o holandês.
O que disseram os pilotos
Além do desempenho dentro da pista, as declarações dos pilotos também ajudam a mostrar em que patamar andam as equipes. O bicampeão mundial Fernando Alonso, da Aston Martin, deixou um recado sincero após as atividades.
— Não tenho uma bola de cristal para saber como os outros estão. Acho que Max será o campeão e a Red Bull dominará o esporte. O conceito que eles apresentaram neste ano é uma surpresa. No momento, temos que observá-los e vermos como eles se saem. Acho que os 19 pilotos do paddock já sabem que não serão campeões em 2024. Isso acontece em 99% da vezes na carreira. Esse é um esporte brutal — afirmou.
Apesar da declaração de Alonso, ele vê melhorias da sua equipe em relação ao ano passado. A Aston Martin foi segunda força no início de 2023, mas depois decaiu no desempenho por não saber administrar as melhorias do carro. A Mercedes, que foi vice-campeã do mundial de construtores na temporada anterior, também apresentou melhorias, conforme analisou Lewis Hamilton.
— Reunimos muitos aprendizados sobre o W15, tanto em nosso trabalho de longa duração quanto em volta única. Claramente fizemos uma melhoria no carro deste ano e é muito mais agradável de dirigir — disse o britânico, que vai disputar pela última vez um campeonato pela escuderia alemã, uma vez que vai ser piloto da Ferrari em 2025.
A escuderia italiana é uma das candidatas a desbancar a Red Bull Racing em 2024. No entanto, os pilotos não falaram muito sobre a evolução do carro, mas mostraram confiança no processo.
— Meu sentimento é que a Red Bull ainda está um passo à frente. Mas, temos uma base muito mais forte do que no ano passado — disse Leclerc.
O que dizem os dados
Além dos tempos, há outros dados que podem ser analisados na pré-temporada. Claro que a maioria deles é confidencial das equipes, mas há sites especializados que conseguem trazer uma perspectiva sobre os desempenhos.
O portal alemão MotorSport Total elencou as equipes de acordo com a diferença de ritmo de corrida para a Red Bull Racing durante os testes. A mais próxima foi a Mercedes, com distância de 0,45s para os atuais campeões. A Ferrari aparece logo atrás, com 0,5s de diferença, seguida da Aston Martin, com 0,55s para a equipe austríaca.
McLaren (1,1s), VCARB (1,15s), Williams (1,35s), Sauber (1,45s), Alpine (1,5s) e Haas (1,6s) completam a análise. A realidade será vista no dia 2 de março, quando a largada será dada pela primeira vez em 2024.