O governo federal pretende inaugurar mais 100 campi dos institutos federais (IFs) no Brasil até o final do atual mandato, em 2026. Os detalhes do plano de expansão ainda serão definidos. O anúncio foi feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na abertura da 4ª Conferência Nacional de Juventude, na quinta-feira (14).
— Nós vamos fazer mais 100 institutos federais neste país para que a gente possa suprir a ausência de vagas para a juventude aprender uma profissão, ter um emprego digno e um salário justo — afirmou.
Conforme o Ministério da Educação (MEC), o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) prevê R$ 3,9 bilhões para os novos campi, com capacidade para 1,4 mil novas vagas cada. “O MEC, conjuntamente com a Casa Civil, está ultimando os detalhes do plano de expansão para ser anunciado pelo presidente Lula em breve”, diz a pasta.
Os institutos federais são especializados na educação profissional e tecnológica, oferecendo também Educação Básica e Superior. Os cursos são gratuitos. Os IFs constituem a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, criada em 2008. Os institutos têm como obrigatoriedade legal garantir mínimo de 50% de suas vagas para cursos técnicos de nível médio, prioritariamente na forma integrada, ou seja, junto ao Ensino Médio.
Atualmente, a rede federal conta com 38 institutos federais, dois centros federais de Educação Tecnológica (Cefets) e o Colégio Pedro II, além de escolas técnicas ligadas a universidades federais. Cada uma das instituições é composta por campi que atuam como unidades descentralizadas. O país conta, hoje, com mais de 680 unidades somando cerca de 1,5 milhão de estudantes matriculados.
Para o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), o anúncio é positivo e é uma pauta que vem sendo discutida. As instituições demandam tanto a expansão, criando novas unidades, quanto a consolidação, ou seja, a finalização de obras e contratação de pessoal.
— Receber a expansão é um fator importante porque vamos chegar a novos espaços e novas cidades pelas cinco regiões do país, levando a educação profissional e tecnológica pública, gratuita, de qualidade e inclusiva, que vem abarcando e recebendo a diversidade da sociedade como um todo — diz o vice-presidente de Relações Parlamentares do Conif e reitor do Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSUL), Flávio Nunes.
Estudantes
A expansão será importante também para a oferta do Novo Ensino Médio, que está em discussão no Congresso Nacional. O anúncio da expansão foi comemorado pelos estudantes.
— Realizamos, nos dias 1º, 2 e 3 de dezembro, o maior encontro nacional de escolas técnicas da América Latina, e um dos encaminhamentos foi a expansão dos institutos federais brasileiros. Para nós é uma grande vitória! Da nossa pressão e mobilização — destaca a presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Jade Beatriz.
Beatriz ressalta que é preciso também garantir o funcionamento dos institutos que já existem. — Agora precisamos garantir o fornecimento e reestruturação dos que já existem. Para isso estamos tocando uma campanha chamada #IFSEMFOME: Pelo direito à alimentação gratuita nos instintos federais.
A presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Manuella Mirella, concorda que a expansão dos institutos federais é uma pauta essencial, assim como o fortalecimento e expansão das universidades federais. — Se quiserem ir para o Ensino Técnico, que tenha IF de portas abertas, se quiserem universidades, vão encontrar universidades estruturadas, com orçamento robusto, com assistência estudantil — defende.