Universidades federais do Rio Grande do Sul e parte das escolas públicas do Estado paralisam as atividades nesta quarta-feira (15) contra os cortes de verbas para a educação, anunciados pelo governo federal.
Segundo a Secretaria Estadual da Educação (Seduc), dados parciais indicam que, das 248 escolas estaduais de Porto Alegre, 44 estão paradas, 43 funcionam em parte e 63 mantêm as atividades normalmente. Não há um balanço sobre a adesão em todo o RS.
Na rede privada, as cinco maiores escolas de Porto Alegre estão funcionando sem alteração. São elas: Colégio Anchieta, Colégio Marista Nossa Senhora do Rosário, Centro de Ensino Médio Farroupilha, Colégio Santa Doroteia e Instituto de Educação São Francisco.
Conforme a lista das 10 maiores escolas municipais de Porto Alegre, entre as de Educação Infantil (Emeis) e as de Ensino Fundamental (Emefs), de uma rede composta por 99 instituições, boa parte está com atividades. Algumas, como Emef Pessoa de Brum, na Restinga, e a Emef Affonso Guerreiro Lima, na Lomba do Pinheiro, estão com programação voltada ao tema da educação.
No Colégio Estadual Rubem Berta, na Avenida Saturnino de Brito, familiares que chegaram para deixar as crianças pela manhã foram surpreendidos com as portas fechadas da instituição.
— O meu filho não veio a aula ontem e eu não sabia que hoje iriam parar — afirmou Carine Oliveira, 26 anos.
A Escola Estadual de Ensino Médio Itália, na zona norte da Capital, também estava fechada esta manhã. A orientação do Cpers/Sindicato, que representa os educadores da rede estadual, é a de paralisar as atividades nas escolas e participar das mobilizações que ocorrem durante a tarde. A Seduc diz que monitora os protestos, mas que respeita a manifestação dos educadores.
Além das escolas, protestos ocorrem também em instituições públicas de Ensino Superior.
UFRGS
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), conforme assessoria, está com atividades paralisadas na Faculdade de Educação (Faced), Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação (Fabico), Museu da UFRGS, Instituto de Letras, Faculdade de Odontologia, Instituto de Artes, Bibliotecas, Faculdade de Agronomia e Hospital Veterinário.
De acordo com a Seção Sindical Andes/Ufrgs, outros os cursos de Arquitetura, Física, Química, Matemática e Informática também estão paralisados, bem como o Colégio de Aplicação. No Campus Saúde, está sendo realizada panfletagem e conversa com pedestres a respeito da importância de investimentos em educação.
Às 13h, a comunidade acadêmica promove abraço simbólico à Faculdade de Educação, no campus Centro, e depois haverá uma grande caminhada com professores, técnico-administrativos e estudantes da UFRGS, IFRS e UFCSPA, da rede estadual e municipal, além de diversas entidades e movimentos da educação.
UFCSPA
Na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), conforme assessoria, o funcionamento da universidade é mantido hoje. Os professores foram orientados apenas a não realizar provas e trabalhos avaliativos devido a possibilidade de problemas de transporte e acesso à instituição devido à manifestação.
UERGS
Na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs), que tem 24 unidades espalhadas pelo Estado, os dados sobre adesão são parciais. Representantes das campis de Porto Alegre, Montenegro e Guaíba, se reúnem às 13h30min no Instituto Estadual de Educação e depois devem se deslocar até a esquina democrática. No interior, estão ocorrendo manifestações nas praças de Alegrete, São Luiz Gonzaga, Tapes, Frederico Westphalen, Erechim, Vacaria e no Shopping de Novo Hamburgo.
Sul do Estado
A paralisação nacional modificou os serviços no sul do Estado. Em Rio Grande, segundo a Secretaria Municipal de Educação, 46 escolas pararam totalmente atividades, 22 parcialmente e oito seguem com as atividades normais. Na Universidade Federal do Rio Grande (Furg) e no Instituto Federal do Rio Grande, a greve geral foi decidida em assembleia. O movimento é de mobilização de alunos, professores e servidores. Ainda não se tem números completos das escolas estaduais de Rio Grande.
Em Pelotas, a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e o Instituto Federal Sul Riograndense também não têm aulas. A definição ocorreu em assembleia no início da semana. Ainda não se tem números completos das escolas estaduais e municipais de Pelotas.
Santa Maria
Na UFSM, alunos e professores bloqueiam todos os acesso ao campus de Santa Maria desde as 7h. Segundo o Diretório Central dos Estudantes, cerca de 200 pessoas participam das manifestações.
Serra
Em Caxias do Sul, estudantes de escolas públicas se reuniram pela manhã na Praça Dante Alighieri para protestar. Segundo a presidente da União dos Estudantes Secundaristas, Estela Balardin, além das reivindicações contra o corte de verbas do governo federal, também existem demandas que abrangem o ensino a nível estadual.
— As escolas sofrem muito com o descaso e a falta de verbas. Estamos na metade do ano e ainda tem escola com falta de professores. Também há a questão do parcelamento de salário dos professores e a falta de reajuste — aponta Estela.