No ano em que foi aprovada no concurso do magistério estadual, Luciane Manfro foi chamada para assumir o cargo de escrivã na Polícia Civil gaúcha. Formada em Educação Física, passou a dividir a rotina entre a delegacia durante o dia e a escola à noite. Doze anos depois, assumiu a coordenação da Comissão de Prevenção a Acidentes e Violência Escolar (Cipave), menina dos olhos do governo do Estado comandado por José Ivo Sartori. De uma escola atuante em 2015, o programa passou para quase a totalidade da rede em 2017 – são 2.430 instituições com comissões para prevenir casos de violência. Aos 49 anos, a policial e professora orgulha-se em mostrar dados que apontam a redução de casos de agressões e bullying. Duas coisas ainda a preocupam: a falta de preparo dos professores para lidar com alunos tão diferentes e a escassez de dinheiro para investir em formação.
Com a Palavra
"Indisciplina na escola gera violências mais graves. É o começo de tudo", diz coordenadora da Cipave
Policial civil e professora, Luciane Manfro é responsável pelo programa que busca reduzir a violência escolar e envolver a comunidade com a educação
Angela Chagas