A antiga sede da colônia de férias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Tramandaí, incorporada ao Campus Litoral Norte (CLN) em outubro de 2024, passará a abrigar a casa do estudante. Os dois prédios situados na Avenida da Igreja também vão receber alojamento, setores administrativos, refeitório, salas de aula, auditório e área de lazer.
Localizado a três quadras da beira-mar, o espaço atenderá recomendações do Grupo de Trabalho (GT) criado em atendimento à Resolução 174/2022 para formular um plano de uso das instalações. O Conselho Universitário (Consun) havia determinado que a incorporação do prédio ao CLN. Há anos os alunos reivindicam o direito à moradia estudantil no campus.
Na sexta-feira (31), foi assinado o processo de reforma de parte dos alojamentos. O Campus já tem uma demanda aproximada de 40 estudantes para o primeiro semestre de 2025, que tem início agendado para 10 de março.
— Talvez a obra ainda não vá estar pronta, mas até o final do primeiro semestre, já serão 40 alojamentos transformados em espaços de moradia estudantil, para os estudantes dos cursos do Litoral Norte — assegura o vice-reitor da UFRGS, Pedro Costa.
Segundo Costa, o Campus pretende trazer algumas aulas para a antiga Colônia de Férias, especialmente para o turno da noite. Entretanto, serão necessárias aprovações em conselhos da própria unidade e depois no da Capital. Por isso, talvez isso aconteça apenas no segundo semestre de 2025.
Há ainda o plano de se fazer um refeitório, porque o restaurante universitário fica na rodovia.
— Temos um curso de Biologia Marinha que é no Ceclimar (Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinho), em Imbé. Então, os estudantes, para acessarem o restaurante universitário, precisam pegar um ônibus. Gera esse transtorno de ir até quase Osório. Tramandaí é mais perto, então há o plano de servir refeições.
Costa ressalta que uma das primeiras medidas da atual gestão da UFRGS foi repassar a posse do prédio da antiga colônia de férias para a gestão do CLN.
— Até então, aquele prédio estava sendo utilizado por uma Pró-Reitoria de Inovação antiga, que tinha criado uma espécie de incubadora e centro de desenvolvimento empresarial, que teve a função absorvida em Porto Alegre — explica o vice-reitor.
Precisa de adaptações
A UFRGS já realizou uma vistoria e identificou que será necessário fazer algumas adaptações. Porém, de modo geral, a percepção é que o prédio está em boas condições de conservação.
— Tem algumas coisas com cupim, precisa de adaptações hidráulicas e elétricas, e principalmente os marcos de portas e de janelas. Não necessita de uma grande intervenção — diz Costa.
Neste momento, ocorre um projeto da Pró-Reitoria de Extensão e do Campus Litoral Norte no local. São atividades recreativas e científicas que acontecem em frente à antiga colônia de férias nas sextas-feiras e nos sábados.
Também foi feito um acordo com a Secretaria de Indústria e Comércio de Tramandaí. Então, feiras de artesanato podem ser vistas sendo realizadas na calçada defronte ao prédio de entrada.
— Há atividades também voltadas para a comunidade, porque a universidade não é apenas atividades acadêmicas. No Litoral e neste período, passa por integração com a sociedade, com veranistas e com a vida do lugar.
Não estão afastadas possibilidades de convênios com a prefeitura do município e com o Serviço Social do Comércio (Sesc). O espaço conta com áreas de lazer, pátio, canchas esportivas e churrasqueiras. A previsão é de que 80% do prédio esteja em ocupação e uso até o final deste ano.
— Além disso, servir como apoio para quem está na moradia estudantil ou estudando, é uma área que dá para ter uma integração. Os planos daquela comunidade estão emergindo agora.
A antiga colônia de férias será o terceiro endereço do Campus no Litoral Norte, que tem sede na ERS-030, em Tramandaí. Já o Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar) fica em Imbé. O CLN é uma das 29 unidades acadêmicas da UFRGS.