A falta de pagamento a uma empresa terceirizada faz escolas municipais de São Leopoldo, no Vale do Sinos, reduzirem o turno de aula há mais de dez dias. Serviços como limpeza e merenda não estão feitos pelos trabalhadores da JOB, que presta serviço à prefeitura.
Com isso, diretores de escolas optaram por diminuir os turnos de aulas dos alunos. Cerca de 20 mil estudantes da rede pública municipal são prejudicados.
Na Escola de Educação Infantil Bem-me-Quer, no bairro Fião, que atende crianças de até 6 anos, os alunos estão sendo liberadas mais cedo. No local, os próprios professores estão fazendo faxina nas salas de aula. Já a merenda é feita por duas servidoras concursadas – outras três funcionárias terceirizadas, também responsáveis pelos lanches, não estão trabalhando.
A prefeitura de São Leopoldo informou que está buscando romper o acordo com a empresa JOB – que alega descumprimento de contrato com o Executivo. O secretário de Gestão e Governo do município, Marcel Frison, disse que boa parte do passivo corresponde à gestão passada.
A dívida estimada atualmente é de R$ 7 milhões. A reportagem tentou contato com a terceirizada, mas não obteve resposta até o fechamento da matéria.
Palestras polêmicas
Em meio à crise por falta de pagamento, um contrato de R$ 80 mil foi firmado no início deste mês entre a prefeitura de São Leopoldo e um palestrante, para 30 eventos sobre bullying em escolas municipais. O prazo para que as palestras ocorram é de 6 meses.
Vereadores de oposição criticaram o contrato. Contudo, o secretário Marcel Frison afirma que os gastos são baixos, porque o valor é de R$ 2,6 mil por palestra e o tema é relevante.