Os professores da rede estadual de ensino iniciaram greve por tempo indeterminado nesta segunda-feira. A decisão foi tomada na tarde da última sexta, em assembleia do Cpers, sindicato dos professores do ensino público do Estado, no ginásio Gigantinho.
Entre as reivindicações da categoria estão o fim do parcelamento de salários, reajuste de 13,1% nos vencimentos, cumprimento da lei do piso – que hoje estaria 69,44% defasado, de acordo com o sindicato –, IPE com pleno atendimento e sem aumento de descontos, o fim do fechamento de turmas e escolas e a disponibilidade de merenda para todos os alunos.
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A paralisação dos professores ocorre simultaneamente ao movimento de ocupação das escolas pelos estudantes. Desde a última quarta-feira, seis escolas estaduais já foram ocupadas em Porto Alegre (veja lista no fim da matéria). Os alunos reivindicam melhorias na infraestrutura das escolas, manutenção de laboratórios e bibliotecas e melhores condições de trabalho para os professores.
No Colégio Estadual Júlio de Castilhos, ocupado na quinta-feira, a única movimentação na manhã desta segunda-feira era dos integrantes da ocupação. Dezenas de estudantes ainda estão acampados na escola. Uma bandeira do Cpers foi anexada junto aos cartazes de protesto dos alunos, pendurados em frente ao colégio, que não terá aula nesta segunda. Os professores devem se reunir no fim do dia para decidir se darão continuidade à greve.
No Instituto de Educação General Flores da Cunha, onde as aulas têm início às 7h30min, a segunda-feira é de portões fechados. Em frente ao colégio, que atende cerca de 1,2 mil alunos, há faixas de apoio à greve. Segundo o vice-diretor da escola, Marcus Fraga, os professores devem definir em reuniões ao longo desta segunda se a paralisação continua nos próximos dias.
Ocupado na noite de domingo, o Colégio Protásio Alves, na Avenida Ipiranga, também não terá aula nesta segunda-feira. Por volta das 8h30min, alunos acampados no local penduravam faixas da ocupação. Eles apoiam a greve dos professores, e dizem que seguirão ocupando a escola mesmo que os docentes resolvam não seguir com a paralisação.
No Colégio Paula Soares, há grande mobilização de pais e professores que querem entrar na escola. Os alunos ocuparam a escola no final de semana e nem mesmo a direção consegue ter acesso à instituição.
Professores da Escola Técnica Estadual Senador Ernesto Dornelles se reúnem na manhã desta segunda-feira para definir os próximos passos da greve. As aulas do Ensino Médio foram suspensas. Apenas algumas turmas dos cursos técnicos estão em atividade.
O governo do Estado adiantou que irá cortar o ponto dos grevistas e orienta pais a mandarem os filhos para as escolas. O Cpers/Sindicato afirma que os professores devem fazer um ponto paralelo. Conforme a representação da categoria, o Executivo não está cumprindo liminar que deveria impedir o parcelamento dos salários.
*Zero Hora e Rádio Gaúcha