
O Rio Grande do Sul registrou o segundo maior percentual do Brasil em matrículas no ensino a distância (EAD), proporcionalmente ao número total. Dos 588.214 alunos gaúchos que estavam matriculados em instituições de Ensino Superior em 2023, 343.209, ou 58,3%, frequentavam a modalidade remota – taxa superior aos 55% de 2022. O índice atual só não é maior do que os 59,1% de Santa Catarina.
O dado está no Mapa do Ensino Superior no Brasil 2025, elaborado pelo Instituto Semesp e divulgado nesta quarta-feira (12). O estudo analisou informações trazidas pelo Censo do Ensino Superior entre 2013 e 2023.
No Rio Grande do Sul, entre 2022 e 2023, o número de matrículas em cursos presenciais caiu 5,6%, enquanto na EAD o crescimento foi de 8,5%. Apesar de os índices seguirem a mesma tendência dos dados em nível nacional, no Brasil o crescimento do EAD foi maior no período, de 13,4%, enquanto a queda foi menor, de 1%.
A taxa de desistência preocupa. Se a média de estudantes que abandonaram o Ensino Superior brasileiro entre 2019 e 2023 já era alta nos cursos presenciais, chegando a 41,6% na rede pública e a 58,4% na privada, no EAD o índice saltou para 46,6% nas públicas e 64,1% nas privadas.
No RS, a taxa de desistência nos cursos presenciais no período foi de 52,3% nas instituições públicas e 60,3% nas privadas. Não foram divulgados os dados estaduais de desistência no EAD.
Com relação aos cursos, o campeão de matrículas em EAD foi Pedagogia, seguido por Administração e Contabilidade.
Já nos cursos presenciais, os mais requisitados em 2023 eram Direito, seguido por Psicologia e Enfermagem.
Graduação na idade certa
Em 2023, a taxa de escolarização líquida no Brasil, que indica a proporção de jovens de 18 a 24 anos que estão cursando o Ensino Superior, atingiu 19,9%. Em 2013, esse índice era de 15,5%, o que representa um crescimento de apenas 4,4 pontos percentuais ao longo de uma década.
Nas instituições gaúchas, a taxa está em 22,4%. Apesar da forte expansão da modalidade EAD no período, o país e o RS ainda estão distantes da meta de 33% estabelecida pelo Plano Nacional de Educação (PNE) em vigência até 2025.
— Enquanto a taxa de escolarização entre pessoas de 18 a 24 anos está em 19,9%, a taxa de escolarização bruta (percentual referente ao total de alunos no Ensino Superior dividido pelo número de pessoas de 18 a 24 anos) cresceu de 35,2% para 45,1%. Isso significa que estamos falhando em colocar os jovens na universidade. Vemos uma entrada tardia no Ensino Superior que se dá principalmente devido à ampliação do EAD — observa Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp.
Em 2023, a taxa de empregabilidade dos graduados no Ensino Superior foi de 79,5%, bem acima dos 67,1% observados entre aqueles com apenas o Ensino Médio completo. Além de maior inserção no mercado de trabalho, o diploma de nível superior também garante melhor remuneração.
A renda média mensal dos graduados foi de R$ 3.851, valor 113% maior do que a média recebida por quem concluiu apenas o Ensino Médio, que foi de R$ 1.809.