No segundo dia de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), estudantes de Porto Alegre enfrentaram, além da ansiedade típica da situação, as adversidades de uma manhã chuvosa neste domingo (12). Na PUCRS, muita gente aguardava desde cedo pela abertura dos portões, prevista para o meio-dia.
Agentes da EPTC orientavam o trânsito na Avenida Ipiranga. Alunos e professores de cursos pré-vestibulares se concentravam na entrada da faculdade, onde procuravam abrigo para escapar da chuva.
Os participantes da prova terão de responder a 90 questões de Matemática e Ciências da Natureza. Para evitar transtornos, Matheus dos Santos Camargo, 23, que reside no bairro Jardim Leopoldina, chegou por volta das 11h na PUCRS. Acompanhado da mãe, Patrícia Iung, 46, ele aguardava a abertura da sala de aula localizada no prédio 50 da universidade.
— Hoje estou tranquilo, diferente da semana passada, que estava mais difícil por causa da redação. Mas hoje para mim está tranquilo, pois já estudei isso — afirma, em referência à prova de matemática.
No que diz respeito à prova de Ciências da Natureza, ele avalia que deve enfrentar mais dificuldade em Biologia.
— Química e Física estou tranquilo —garante.
Na semana anterior, no primeiro dia de prova, Camargo disse que ficou nervoso por conta da redação. Sobre o curso de graduação, ele está em dúvida entre Medicina ou Administração.
A mãe, Patrícia, que é estudante de Direito, também confiava no desempenho do filho.
— Estou tranquila, porque ele gosta bastante de matemática. Ele faz curso técnico de administração, sempre está mexendo com números — ressalta.
Juliana Miraglia Carvalho, 17, que reside no Camaquã, chegou na PUCRS uma hora antes da abertura das salas. É a segunda vez que faz a prova. No ano passado, fez como teste. Ela pretende cursar psicologia.
— A expectativa é normal, não muito alta e nem muito baixa. Gosto de Ciências da Natureza, mas matemática não gosto muito — reconhece.
Antes do início das provas, ela tinha a companhia da mãe, a nutricionista Cátia Carvalho, 53.
— Na semana passada chegamos mais cedo. Essa semana a gente chegou mais tarde. Acho que ajuda a acalmar, ela fica mais tranquila. E, na hora de entrar, não precisa entrar correndo, dá tempo de pensar, olhar o celular e ir com mais calma — avalia Cátia.
Ela só lamentava não ter levado chimarrão para esperar a filha:
— Vou ficar até o final da prova — afirma.
No Colégio Piratini, no bairro Auxiliadora, Maila da Silva, 32, levou o irmão Anthony Souza, 22, para fazer a prova. Os dois residem no Rubem Berta. O jovem tem diagnóstico de Síndrome de Asperger — uma forma mais branda do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).
— Ciências da Natureza é mais difícil, não sou bom de química e biologia — reconhece o jovem, que sonha em fazer o curso de Fotografia e Design.
No Colégio Bom Conselho, no Moinhos de Vento, muita gente deixou para chegar em cima da hora, minutos antes do fechamento dos portões.
O início dos exames está marcado para 13h30min, e o encerramento às 18h30min. Ao todo, são 23.875 inscritos no Enem 2023 em Porto Alegre, o equivalente a 15% do total de candidatos em todo o Rio Grande do Sul, que registra 159,7 mil inscrições. A prova será aplicada em 106 municípios gaúchos. A Capital terá reforço no transporte público para o exame.
No primeiro dia de provas, no domingo passado, os participantes responderam a questões de Ciência Humanas e Linguagens, além de escrever a redação.